Lanterna do Brasileirão, o Fluminense optou por dar fim à segunda passagem de Fernando Diniz como técnico. Ele foi demitido nesta segunda-feira após reunião com a diretoria. A saída ocorre pouco mais de um mês depois do anúncio da renovação até dezembro de 2025, quando o presidente Mário Bittencourt reforçou a satisfação com o trabalho do técnico. O que mudou?
À época da renovação, o Fluminense já vivia momento incômodo no Brasileiro. Ainda não era lanterna, mas estava na zona de rebaixamento, em 17º lugar. Eram cinco pontos somados em 18 possíveis: três de uma vitória sobre o Vasco e dois de empates com Bragantino e Atlético-MG.
Na Conmebol Libertadores e na Copa do Brasil, entretanto, as classificações às oitavas de final eram recentes. O Fluminense havia garantido o avanço no torneio continental seis dias antes da renovação, que foi anunciada no dia da vitória por 2 a 0 sobre o Sampaio Corrêa – que carimbou a classificação na competição nacional.
Em entrevista coletiva no Maracanã na qual anunciou a renovação de Diniz, o presidente Mário Bittencourt deu destaque a dois fatores por trás daquela decisão: estabilidade e longevidade. Com a demissão, Diniz deixa o cargo como técnico mais longevo do Fluminense no século XXI, superando a passagem de Abel Braga entre 2011 e 2013.
— Na data de hoje, a gente teve o prazer de assinar a renovação do contrato dele (Diniz) até o fim de 2025. É um projeto nosso de estabilidade, de longevidade do trabalho. Para deixar muito claro a todos vocês: durante esses dois anos em que ele está aqui, nós sempre estivemos muito satisfeitos e felizes. Não só com o trabalho, mas com a relação que a gente tem, que transcende essa questão. A gente já vinha conversando há bastante tempo, projetando isso — disse Mário em 22 de maio.
De lá para cá, entretanto, o Fluminense só venceu uma partida: 3 a 2 sobre o Alianza Lima, no encerramento da fase de grupos da Libertadores. No Brasileirão, após a retomada da competição, foram quatro derrotas e um empate — este com o Juventude, no Maracanã.
O agravamento da situação no Brasileiro foi determinante para o aumento da pressão sobre o cargo de Diniz. O Fluminense não apenas amarga a lanterna da tabela, como também vive seu pior início na história sob o sistema de pontos corridos. A derrota no clássico diante do Flamengo, com apenas duas finalizações tricolores, pesou na decisão da diretoria.
Alguns jogadores estranharam a queda de rendimento da equipe em tão pouco tempo, mas o grupo mantinha a confiança em Diniz. Outra crítica feita nos bastidores do vestiário dizia respeito à relutância do treinador de substituir medalhões com desempenho abaixo do esperado.
A cobrança existiu em reuniões com a diretoria, na qual se buscava identificar o motivo da crise. Nos corredores do CT Carlos Castilho, as partes tentavam entender como um “elo” se perdeu, considerando ainda análises de falhas táticas, técnicas e de queda no lado físico.
Nesta quinta-feira, o Fluminense já não teria Diniz à beira do gramado para o jogo contra o Vitória, visto que o treinador foi expulso no Fla-Flu. Agora, com o fim do ciclo definido, Marcão vai comandar o time.
Fonte ge