A banda Restart se reuniu novamente para a turnê de despedida intitulada ‘Pra Você Lembrar’, proporcionando momentos de pura nostalgia e emoção para os fãs que aguardaram oito anos por esse reencontro. Em meio aos shows, Pe Lu, Thominhas e Koba conversaram com a nossa redação sobre a emoção de voltar aos palcos como grupo.
Sem a presença de Pe Lanza, que estava ausenta da entrevista por conta de problemas de saúde, os membros compartilharam suas experiências e sentimentos ao reviver essa fase icônica de suas carreiras.
O grupo alcançou sucesso em todo o Brasil com o lançamento do primeiro álbum em 2009, que incluiu hits como ‘Recomeçar’ e ‘Levo Comigo’, marcando a vida de inúmeros jovens na época. No ano passado, eles iniciaram a turnê de despedida, que se encerrará com um último show no dia 26 de outubro em São Paulo. Questionados sobre como é reencontrar os fãs novamente, eles não escondem a emoção
“Tem sido incrível. Não sei se alguém quer falar, mas tem sido muito legal. A gente nunca se distanciou, né? Tem uma base de pessoas que nos seguiu muito de perto nesses 8 anos de hiato. Nós quatro juntos ativamos um lugar de memória e de carinho nas pessoas que é muito potencializado…Então, isso é muito gostoso. Encontrar as pessoas e ver a caminhada que elas fizeram na vida, pensar que, 10 ou 12 anos atrás, muitas dessas mulheres, desses homens, dessas pessoas em geral, estavam no colégio ou saindo no máximo do colégio. Já hoje são pessoas que estão ocupando espaços na imprensa, na produção de shows, enfim, são artistas visuais, musicais e tal”, conta Pe Lu, o integrante mais velho da banda.
No cenário musical atual, as relações entre artistas e fãs evoluíram para além da simples admiração, transformando-se em uma troca mútua de experiências e inspiração. Refletindo sobre essa conexão, eles mencionaram como lidam com as trocas feitas com os fãs, que hoje já envelheceram.
“Acho que hoje a gente tem uma relação de troca maior ainda, talvez mais do que no passado, porque estamos falando de hoje, todos adultos, né? Então, pô, a gente é fã dos nossos fãs também, assim como da caminhada e da trilha deles. O que essas pessoas estão fazendo na vida? A gente é realmente bem próximo de várias pessoas que estão acompanhando a banda sempre”, adiciona Pe Lu.
A Evolução Musical
Com mais de meio milhão de discos vendidos e turnês que moveram multidões, a Restart é um fenômeno não só com suas músicas, mas também com influência na moda e no comportamento de milhares de fãs engajados. Com um simbolismo marcante para uma geração inteira, questionamos como foi montar e selecionar as músicas para integrar a setlist.
“Eu acho que o principal que a gente queria fazer nessa turnê era contar nossa história a partir das músicas e fazer as pessoas acessarem memórias. Queríamos criar uma narrativa onde elas pudessem ser conduzidas a sentir coisas, talvez saudade e outras emoções, tudo isso através das músicas. Acho que esse foi o nosso raciocínio: pensar na história das pessoas, na memória delas, e como podemos encaixar cada música em seu devido lugar”, explica Koba.
Em seguida, Thominhas, o baterista da banda acrescenta: “Depois que a banda deu uma pausa, a gente não ficou parado. Cada um seguiu trabalhando com música e evoluindo. Foi legal quando a gente se encontrou pela primeira vez para tocar novamente. Na verdade, foi um desafio, né? Fazer uma releitura das músicas que a gente fazia, agora com a musicalidade que temos hoje. Mas a gente achou super legal esse desafio, foi bem bacana. Tivemos o processo de relembrar e tocar todas as músicas primeiro para poder escolher o repertório. Então, esse lance de montar o repertório foi um negócio bem complexo, mas acho que a nossa evolução e a evolução da tecnologia contaram muito para a gente entregar esse espetáculo de hoje”.
Recontando Histórias e Deixando um Impacto Social
Além de proporcionar momentos inesquecíveis aos seus fãs, a banda também tem deixado um impacto positivo nas comunidades locais. Através do ingresso solidário, já foram arrecadadas e doadas mais de 13 toneladas de alimentos para instituições sociais em cada cidade por onde a banda passou. A Restart também está promovendo ações para arrecadar doações para as vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul.
“Todo mundo na ânsia de fazer alguma coisa, e a gente também estava nessa ânsia. Cada um de nós está fazendo o que é possível, entre doações, participação ativa em campanhas e divulgação de ações. Então, quando surgiu a oportunidade desse show, acho que não tinha como a gente não topar fazer, né? Estar ao lado de amigos numa celebração, primeiro porque vai ser muito divertido. Mesmo que não fosse por uma causa tão legal, seria uma noite de puro ganho para a gente: se divertir, fazer um som, encontrar a galera e ainda poder colaborar de alguma forma com a situação no Rio Grande do Sul”, menciona Pe Lu.
Ao final da entrevista, os artistas deixaram um recado especial para os fãs, destacando a importância do amor, do carinho e do apoio recebidos ao longo da trajetória da banda Restart.
“A nossa existência como Restart, como artistas criadores, é muito permeada por amor, por carinho, pelo suporte dessas pessoas. Então, a nossa vida tem essas pessoas muito presentes, e acho que a nossa vida é melhor, é mais próspera, é mais bonita, é mais rica. A gente tem muita sorte de estar nessa posição que estamos. Então, é agradecer mesmo a todo mundo que está aí, a todo mundo que está se conectando com a gente nesses momentos finais, e relembrar que a despedida está chegando, para que as pessoas não percam a oportunidade de estar com a gente no maior show que a Restart já fez”, finaliza os integrantes.
Fonte Revista Quem