O congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) 2024, maior evento de oncologia do mundo, foi repleto de novidades e resultados importantes para os pacientes com câncer de pulmão. A edição deste ano ocorreu entre os dias 31 de maio e 4 de junho, em Chicago (EUA), e a farmacêutica Roche apresentou os resultados envolvendo dois estudos para o câncer de pulmão de não pequenas células, o tipo mais comum desse tumor.
Novos dados do estudo ALINA, realizado em 27 países com 257 pacientes, revelaram que os pacientes tratados por dois anos com alectinibe tiveram um índice de Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde semelhante ao da população em geral, comprovando a segurança e a tolerabilidade do tratamento.
Esse estudo avaliou a eficácia e segurança do alectinibe em comparação à quimioterapia baseada em platina em pessoas com câncer de pulmão não pequenas células ALK-positivo em estágio inicial. Os resultados gerais do estudo mostraram que alectinibe reduz o risco de recorrência da doença ou morte em 76% nessa população de pacientes com câncer de pulmão.
“Os pacientes com a mutação no gene ALK costumam ser pessoas jovens, com menos de 55 anos, não fumantes ou com histórico leve de tabagismo. Atrasar a progressão da doença ainda no cenário inicial é imprescindível para que essas pessoas, que possuem maior risco de desenvolver metástases cerebrais, consigam viver com mais qualidade de vida e terem mais possibilidades de cura”, afirma Michelle França, líder médica da Roche.
Alectinibe é um medicamento oral já aprovado em mais de 100 países (incluindo o Brasil) como primeira ou segunda linha de tratamento do câncer de pulmão ALK-positivo em estágio avançado ou metastático. A nova indicação do alectinibe, agora para o cenário inicial, já foi aprovada pela FDA e, recentemente, pela EMA – agências reguladoras americana e europeia, respectivamente. A indicação está em análise pela Anvisa, no Brasil, e também por entidades reguladoras de outros países.
A Roche também apresentou dados de cinco anos do estudo IMpower010, que acompanhou pacientes com câncer de pulmão em estágio inicial positivos para o biomarcador PD-L1. Esses pacientes foram tratados com atezolizumabe, imunoterapia aprovada para o tratamento de diversos tipos de câncer, incluindo de pulmão. Os dados apresentados durante a ASCO 2024 reforçam os benefícios clínicos do medicamento no tratamento adjuvante, após a cirurgia, em linha com outros estudos conduzidos com a terapia.
“Atezolizumabe é a primeira imunoterapia no cenário de câncer de pulmão de não pequenas células ressecável a apresentar dados de cinco anos, um marco importante para a comunidade científica e para os pacientes, que consolida a segurança e eficácia desse medicamento”, afirma Michelle França. Durante o congresso, a Roche também apresentou trabalhos envolvendo cânceres de mama, geniturinários e de sangue.