O mundo dos sonhos, das histórias, dos contos infantis que ilustraram nossas vidas está de luto, pois morreu hoje, 06 de abril, o cartunista e escritor Ziraldo, aos 91 anos, criador do personagem célebre “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”. Segundo familiares, o desenhista morreu enquanto estava dormindo, na residência dele, localizada no bairro da Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro.
O humorista estava fora da vida pública desde 2018, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A causa da morte não foi revelada.
Nascido em 24 de outubro de 1932 em Caratinga, Minas Gerais, o jornalista deixa um legado na cultura brasileira, colecionando passagens importantes como a fundação do jornal “O Pasquim”, um dos veículos de destaque a fazer oposição à ditadura militar.
Já na infância Ziraldo Alves Pinto demonstrava talento de artista. Aos 6 anos, publicou um desenho no jornal “Folha de Minas”. Anos depois, aos 17, se mudou para o Rio de Janeiro, onde desenhou contos para uma revista chamada “Coração”. Em 1954, ganhou uma página de humor no jornal mineiro que publicou pela primeira vez.
No início da década de 60, o cartunista colecionou passagens pelas revistas “A Cigarra”, “O Cruzeiro” e o “Jornal do Brasil”. Foi nesse momento que surgiu a primeira revista em quadrinhos 100% colorida e produzida no Brasil, a “Turma do Pererê”. No entanto, com a chegada do governo militar, a revista foi cancelada.
A partir de 1964, Ziraldo se tornou uma das vozes a se opor contra a opressão do regime. Como fundador e diretor de “O Pasquim”, revista que fazia publicações repudiando os militares, o cartunista foi preso em 14 de dezembro de 1968.
Em 1980, Ziraldo cria o que se tornaria um sucesso da cultura brasileira. A história e sapequices de “O Menino Maluquinho” acompanhou gerações, passando de livro para revista em quadrinhos e posteriormente até mesmo uma série infantil. Essa última, lançada em 2006, garantiu o Prêmio Emmy Internacional de Melhor Programa Infantojuvenil.
Formado em Direito sem nunca ter exercido a profissão, Ziraldo se casou duas vezes, sendo a primeira em 1958, com Vilma Gontijo. A primeira mulher também é mãe dos três filhos dele, Daniela, Fabrízia e Antônio.