Muitos defensores da ideia de que o rock está morto têm como argumento as transformações pelas quais o gênero passa desde a década de 1950 e, sobretudo, sua relevância limitada nas paradas de sucesso atualmente.
Convicto da existência de um sepultamento roqueiro, o ex-baixista e vocalista do Kiss Gene Simmons supõe, porém, que o motivo fúnebre está nos fãs do estilo. É o que ele disse ao portal g1, em entrevista por telefone.
“O rock morreu quando os fãs pararam de pagar pela música”, afirmou o artista, que vem ao Brasil no dia 28 de abril para o festival Summer Breeze, no qual fará seu primeiro show pós-Kiss. A banda chegou ao fim em dezembro do ano passado.
“Quem são os novos Beatles?”, questiona Gene, numa tentativa de provar o fim dos batimentos cardíacos do gênero.
“Não pode haver outro AC/DC, ou Metallica, porque as novas bandas não conseguem ganhar dinheiro suficiente.”
Problema que, segundo ele, surge com um desinteresse dos roqueiros em ouvir música de forma paga.
Como exemplo, ele cita Taylor Swift, que só em 2023 teve 26,1 bilhões de streams globais no Spotify, foi eleita pelo terceiro ano consecutivo a artista que mais vende vinil nos EUA e realizou a turnê mundial com maior bilheteria da história da música.
Uma análise publicada neste ano pela revista americana “Rolling Stone”0 mostra que dos 100 LPs mais vendidos nos EUA desde 2012, o pop é o gênero que mais cresce.
“Seus fãs ainda pagam pela música. Os fãs de rock não”, diz Gene. “É muito triste porque existem vários artistas novos talentosos por aí. Mas eles nunca terão a chance que tivemos”.
Dono de hits como “Rock and Roll All Nite”, “I Was Made For Lovin’ You” e “Detroit Rock City”, o Kiss é um dos mais famosos nomes do hard rock.
A banda, que durou 50 anos, ficou marcada por performances em que os músicos cuspiam fogo, vestiam plataformas e armaduras, babavam sangue e se jogavam no conceito rockstar festivo.
Com mais de 5 mil produtos licenciados, que vão de camisinhas a caixões, o Kiss havia faturado até 2009 mais dinheiro do que qualquer outra banda de rock, segundo dados da época levantados pela Live Nation Merchandise. (A comparação era com grupos que mesclavam turnê, licenciamento e vendas.)
Dias após a realização desta entrevista, a marca Kiss e um catálogo de músicas do grupo foram vendidos por US$ 300 milhões. Nossa redação entrou em contato com a equipe de Genne para mais detalhes, mas não teve retorno até o momento desta publicação.
Veja a entrevista completa aqui!
Fonte g1