Afoxé Olorum Baba Mi celebra 45 anos de resgate cultural e saúda ancestralidade

Afoxé Olorum Baba Mi

O Grêmio Comunitário Cultural Olorum Baba Mi celebra 45 anos de existência no dia 28 de abril com apresentações musicais, distribuição do tradicional Caruru Cultural e homenagens para todos os membros do afoxé.

A comemoração será realizada na sede do Afoxé Filhos de Korin Efan, na Rua do Passo, nº 26, Santo Antônio Além do Carmo e contará com a participação de outros afoxés renomados, como as Filhas de Gandhy e os Filhos de Korin Efan, em uma noite de enaltecimento da cultura afro-brasileira na sociedade.

Fundado em 1979 por um grupo de amigos da comunidade da Caixa D’Água, o afoxé mantém como propósito a preservação da cultura afro-brasileira e a inclusão social de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. De origem iorubá, seu nome pode ser traduzido como “Deus, Meu Pai”, refletindo a forte ligação ancestral dos fundadores.

Desde o seu surgimento, o afoxé tem sido um pilar fundamental na valorização da cultura de matriz africana, transmitindo heranças ancestrais por meio da prática para novas gerações. “Os sons dos atabaques ecoam não apenas música, mas também força, resistência e luta dos jovens negros da periferia”, ressalta Lucimar Santos, presidente do afoxé. Essa abordagem tem sido crucial para resgatar e preservar vidas negras, fornecendo conhecimento sobre suas raízes e identidade.

Além da preservação cultural, o afoxé também se destaca por suas ações sociais. Por meio de projetos como oficinas de dança, samba de roda, artes plásticas, fabricação de instrumentos percussivos e culinária, a entidade contribui para a capacitação profissional e formação de novos valores, especialmente de mulheres e jovens negros. Soma-se também o empreendedorismo, que é estimulado para fortalecer tanto práticas coletivas quanto individuais.

Os ensaios do afoxé são feitos em sua própria comunidade, promovendo não apenas a prática musical, mas também o conhecimento sobre a cultura africana. Os rituais, as saudações aos orixás, as letras de suas músicas e a construção dos adereços e dos figurinos contribuem para valorizar a identidade da cultura negra de forma autêntica.

A trajetória do Olorum Baba Mi no carnaval é igualmente impressionante. Campeão em 1984 e 1995, o afoxé não apenas brilha no circuito Batatinha, mas também já participou de eventos internacionais, como o carnaval de Nice, na França. Suas apresentações, marcadas pela diversidade nas alas de dança, cores vibrantes e musicalidade contagiante, conquistam cada vez mais foliões ao longo dos anos.

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

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