Estaria o Grêmio deixando a Libertadores para segundo plano?

A derrota por 2 a 0 para o Huachipato foi um balde de água fria três dias após o heptacampeonato gaúcho. Novamente, o Grêmio preservou titulares na Libertadores e justificou que o elenco ainda está um “bagaço” após o título. Mas as escolhas do técnico Renato Portaluppi parecem colocar a Libertadores em segundo plano, embora a intenção tenha sido colocar em campo um time mais descansado. O resultado são duas derrotas seguidas e a lanterna do Grupo C, sem pontos somados.

A vida da equipe gaúcha ficou complicada na competição continental. Resultado, claro, de um calendário cheio, mas também das decisões do treinador. Na Bolívia, nenhum titular ficou esteve disposição com a justificativa do desgaste da altitude entre jogos da final estadual.

Na noite passada, um time misto. Quatro jogadores que iniciaram a decisão no sábado ficaram no banco de reservas. Renato foi claro durante a entrevista coletiva que não tinha como repetir a equipe por conta do desgaste ainda da partida com o Juventude.

Estamos um bagaço total, essa é a verdade. Pelo estresse, pela entrega que tivemos na final.
— Renato Portaluppi, técnico do Grêmio

– A final foi bastante corrida, tivemos que virar o jogo. Os jogadores praticamente não dormiram de sábado para domingo. É normal. Não deu tempo pra recuperar os jogadores. Os jogadores são seres humanos, por isso tenho um grupo. Aí se coloco o mesmo time do sábado, o adversário me atropela – justificou o treinador

Algumas escolhas de Renato chamam atenção. Depois da decisão do estadual, o técnico revelou que Geromel estava com receio de atuar, mas o próprio comandante assumiu o risco de lesão do zagueiro e o colocou em campo na final.

Contra o Huachipato, o camisa 3 foi titular mesmo com o curto período. Em contrapartida, Gustavo Nunes, Pavon e Pepê foram reservas e entraram no segundo tempo e tinham um risco menor de lesão do que o capitão gremista. Diego Costa é outro atleta experiente, mas que teve sequência.

O técnico não se arrepende do planejamento. Ao contrário, foi enfático e citou mais de uma vez na entrevista que repetiria as escolhas feitas nos jogos da Libertadores. A “conta” foi uma derrota logo no jogo de número 500 à frente do clube gaúcho.

Como justificativa para o revés em casa, o comandante apontou as chances perdidas pelo time. Segundo ele, foi mais uma daquelas noites que “a bola não quis entrar”. É verdade que a equipe teve volume, só que errou muito. No ataque, desperdiçou as chances criadas.

Na defesa, não conseguiu afastar duas bolas aéreas que viraram gols de Loyola e Montes em rebotes aos 12 e 50 na etapa inicial. Fora outros lances de perigo após se jogar para tentar o empate. O risco da escolha apareceu, mesmo que a opção tenha sido para tentar ficar mais próximo de vencer.

– Com 20 segundos, tivemos a chance de fazer o gol. Não fizemos e eles acharam o gol deles. Tivemos três, quatro oportunidades claríssimas de empatar e virar, mas a bola não quis entrar. Depois tomamos o segundo gol, o que dá tranquilidade para o adversário. Fiz algumas trocas no intervalo, mais pra cima, mas a bola não quis entrar – explicou.

Antes disso, o Tricolor terá três compromissos pelo Campeonato Brasileiro. A começar pelo Vasco, no Rio de Janeiro, no próximo domingo. Na manhã desta quarta-feira o grupo já se reapresenta para iniciar a preparação antes do duelo contra os cariocas. E tentar deixar para trás a sensação de “bagaço”.

Fonte ge

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