Carol Castro teve vários gatilhos psicológicos quando leu o roteiro de Ninguém é de Ninguém, longa em que encarna Gabriela, mulher que vive uma relação abusiva com o marido, Roberto, encarnado por Danton Mello. No filme, dirigido por Wagner de Assis, Roberto perde o emprego e quem sustenta a casa é Gabriela, mas, com o passar do tempo, ele se vê preso a um ciúme doentio pela mulher e passa a segui-la em qualquer lugar, fantasiando que ela está tendo um caso com o chefe dela.
“Fazendo terapia e revivendo algumas situações do passado, vi que já havia vivido situações que hoje em dia eu jamais me permitiria viver. Normalmente, a gente enxerga depois. Mas já aconteceu de eu terminar alguns relacionamentos quando estavam indo para esse caminho tóxico e nocivo. É preciso força, coragem, amor próprio e, às vezes, uma rede de apoio para conseguir sair”, opina a atriz.
Carol adianta que Gabriela é uma mulher comum, com a qual várias outras irão se identificar. “Ela é uma mulher como qualquer outra, que passa por situações adversas e acaba até sendo um pouco passiva, porque demora a entender o que está acontecendo. Ela é forte e frágil ao mesmo tempo, bem-sucedida, inteligente, com filhos lindos e uma vida estável. Uma mulher comum”, define ela, que viu como “missão” dar vida a uma mulher que vivencia situações de abuso vividas por tantas mulheres pelo Brasil e pelo mundo. “É uma história que precisa ser contada, justamente para alertar e abrir os olhos de muita gente. Me sinto honrada em ter sido a escolhida para ser a Gabriela”, acrescenta.
Baseado no livro homônimo e best-seller da escritora espiritualista Zíbia Gasparetto, o longa irá estrear no dia 20 de abril nos cinemas brasileiros. A publicação é de 2002 e foi inspirada em uma história real de amor descontrolado, obsessão, cura e perdão. “Já conhecia a Zíbia e tinha lido alguns livros dela, mas não o ‘Ninguém é de Ninguém’ e me impactou demais. Me identifico muito com o espiritismo, acredito em reencarnação e que nada é por acaso, mas existe o livre arbítrio”, conta.
Mãe de Nina, de cinco anos, Carol já foi casada mais de uma vez — com o ator Marcos Bravo, com o modelo Raphael Sander, e com o músico Felipe Prazeres, pai de Nina — e acredita que a relação ideal tem que ter como base confiança, companheirismo, lealdade, comunicação, muito amor e paciência. “Acredito no modelo de casamento tradicional. Aprendi muito com a vivência, bagagem e quilometragem que a maturidade nos traz. Continuo sendo romântica, então acredito na união. Se precisa ser tradicional ou não, não me importa mais”, avalia.
A atriz admite que a vida a tem surpreendido muito no quesito relacionamento nos últimos tempos. “Tive uma relação ano passado que durou alguns meses. Mas aprendi a ser cada vez mais reservada em relação à minha vida pessoal. Estou num momento que estou cuidando muito de mim e nem um pouco ‘procurando’ uma pessoa. Mas é justamente quando estamos assim que a pessoa aparece. O que posso dizer é que, sim, estou namorando há pouco tempo e prefiro deixar o mais protegido possível o nome, o tempo. Mas posso dizer que estou muito feliz”, afirma.
Questionada se deseja ter mais filhos, Carol afirma estar feliz com Nina. “É um grande desafio ser mãe e ser uma mulher que sai para trabalhar. Estamos sempre nos cobrando, sentindo culpa, mas faz parte. Amo ser a mãe da Nina, é o meu melhor papel. Ela é a grande alegria e foco da minha vida, sem dúvida. Poucos têm coragem de dizer o quanto a maternidade pode ser difícil, desafiadora”, destaca ela, que ainda está no elenco de Amor Perfeito, próxima trama das seis da Globo; nos longas Stand Up — O Filme, com Marco Luque e Fábio Rabin, previsto para estrear em maio, Ainda Somos os Mesmos, Férias Trocadas; e nas séries Natureza Morta, do canal TV Brasil, e Desejos S.A., da Star+.
Fonte Revista Quem