A cultura continua sendo vista como essencial para o desenvolvimento social. Segundo a Hibou, instituto especializado em monitoramento e insights de consumo, 60% dos brasileiros acreditam que o incentivo à cultura gera retornos educacionais, sociais e econômicos. O cinema foi a atividade cultural preferida dos brasileiros em 2024, e a vitória da atriz Fernanda Torres no Globo de Ouro como melhor atriz de drama por “Ainda Estou Aqui”, gerou emoções positivas para 69% da população. Apenas 27% dos brasileiros ficaram indiferentes à conquista.
A Lei Rouanet também foi assunto da pesquisa, tendo em vista as polêmicas relacionadas a ela e à discussão sobre o filme, especialmente pelo desconhecimento. 38% são a favor, enquanto 37%, são contra a Lei – e ainda, quando filtrados, desses 37%, 88% não sabem como a Lei Rouanet funciona.
Sobre o filme “Ainda Estou Aqui”, produzido com verba da iniciativa privada, 21% dos entrevistados sabem que não foi usada a Lei Rouanet para a produção. 18% acreditam que foi usada e 61% não sabem.
Apesar de o cinema ser o campeão das atividades culturais (61%), seguido de shows (47%), os hábitos culturais ainda são limitados por questões financeiras: 27% gastaram menos de R$50 por mês com cultura, e apenas 34% superaram os R$200. Por isso, o streaming, a TV a cabo e a TV aberta são os canais campeões de onde os brasileiros assistem a filmes e séries: 54% streaming, 41% TV a cabo e 22% TV aberta.
“Cultura não é apenas entretenimento. É educação, conexão e transformação social. Precisamos desmistificar as políticas culturais para ampliarmos o acesso, entender como a produção audiovisual funciona e a importância da cultura até mesmo para economia”, destaca Lígia Mello, CSO da Hibou.
Ana Beatriz Schauff