Yasmin Brunet fala sobre ter lipedema

Yasmin Brunet

Nesta semana, Yasmin Brunet surpreendeu os mais de seis milhões de seguidores que acumula no Instagram ao compartilhar o antes e depois de seu tratamento para o lipedema. A modelo, empresária e atriz, de 36 anos, revelou que durante o processo eliminou 15 quilos, sendo 14 de gordura e um de massa magra, desde que deixou o Big Brother Brasil em março. Em entrevista exclusiva à Vogue Brasil, Yasmin relembrou o início de sua jornada com a doença, contou sobre as dificuldades que enfrentou ao longo dos anos para entender o que estava acontecendo com seu corpo e como, finalmente, o diagnóstico ajudou a transformar sua vida.

Segundo ela, o desconforto e as dores causadas pelo lipedema sempre estiveram lá. “Desde que me lembro, tenho a parte de baixo da perna muito inchada, incômoda e dolorida. Só que, até então, ninguém falava muito sobre o tema”, lembrou, explicando que o lipedema só foi reconhecido como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022. Por isso, sua condição foi muitas vezes confundida com questões linfáticas, levando a tratamentos ineficazes, como massagens e o uso excessivo de diuréticos.

“Eu fazia tudo, mas nada melhorava. Só piorava com o tempo”, afirmou. Com o agravamento dos sintomas, Yasmin procurou mais especialistas até que, pouco tempo antes de entrar na casa mais vigiada do Brasil, encontrou a explicação para o que estava acontecendo.

“O lipedema é uma doença genética que se manifesta em mulheres. A partir da presença do estrogênio, as pacientes passam a ter um crescimento desordenado da gordura das coxas, joelhos, pernas e braços. O resultado é uma desproporção no corpo”, explica o dr. Fábio Kamamoto, diretor do Instituto Lipedema Brasil. “Além disso, devido a inflamação crônica desse tecido, as mulheres afetadas apresentam dor, formação de hematomas, deformidade da gordura, da pele e lesão das veias e cartilagens dos joelhos”.

Além do lipedema, Yasmin descobriu uma alergia severa ao glúten, que agravava ainda mais a condição. “Quando comia glúten, tudo piorava, a inflamação no corpo aumentava, o que resultava em mais dor e desconforto”, revelou. Na casa, ela lembra que teve compulsão alimentar por conta do estresse e ansiedade. “Saí com 10 quilos acima do meu peso, superinflamada e com o lipedema no pior que já esteve.” A relação entre o lipedema e sua alimentação, hábitos e estilo de vida foi sinalizada pelo médico cirurgião vascular Alexandre Amato, que a acompanha até hoje.

“Ele me fez ver o lipedema como um amigo, um aviso de que meu corpo está inflamado e que preciso tomar cuidado antes que afete outros órgãos”, explicou. Essa nova perspectiva foi essencial para Yasmin lidar com os desafios emocionais e físicos da condição. “Morria de vergonha das minhas pernas. Não conseguia usar muitas calças ou botas, porque elas não fechavam. Era difícil lidar com o peso e o desconforto, sentia como se tivessem duas crianças de 5 anos agarradas em cada perna”, relatou.

Apesar de existirem soluções cirúrgicas à doença, como a própria lipoaspiração, a modelo optou por focar na raiz do problema, tentando identificar o que estava causando a inflamação e como poderia tratar a condição de forma mais holística.

Yasmin também revelou que o compartilhamento de sua experiência no Big Brother Brasil 24 foi uma das decisões mais importantes de sua vida. Ao falar abertamente sobre o lipedema, ela se tornou uma referência para muitas mulheres que enfrentam o mesmo problema. “Nunca pensei que iria receber tanto apoio. Achei que iriam me criticar, que iriam achar que era ‘mimimi’, mas, ao contrário, muitas mulheres se identificaram e buscaram ajuda”, contou.

A visibilidade do lipedema foi, para Yasmin, uma das maiores conquistas de sua participação no programa. Afinal, ao longo da sua jornada, ela percebeu como a falta de informação sobre a doença ainda é um obstáculo. “Entender o que é o lipedema me ajudou a aceitar meu corpo de uma forma diferente. Aprendi a respeitar os sinais que ele me dá”, afirmou. Para ela, a chave está no autocuidado, na busca por tratamentos adequados e na compreensão de que a condição não define quem ela é.