Varejo
O Natal de 2024 tem tudo para ser um dos melhores para o varejo paulista nos últimos anos. Projeção da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) aponta que as receitas do setor, puxadas, sobretudo, pelos supermercados, vão crescer 9% em dezembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em números absolutos, isso significa um faturamento bruto de R$ 139,4 bilhões no Estado.
Em termos porcentuais, as lojas de móveis engordarão o caixa nesse período do ano, com crescimento de 31% em relação a 2023, seguidas por autopeças e acessórios (15%) e farmácias e perfumarias (12%). Mas os supermercados que farão a grande diferença — responsáveis por mais de um terço do faturamento total do varejo paulista (34%), o segmento deverá crescer, pelo menos, 7% neste Natal, o que significa receitas na casa dos R$ 48,8 bilhões, valor R$ 3,1 bilhões superior ao registrado em dezembro do ano passado [tabela 1].
No acumulado do ano até setembro, último dado disponível, o varejo paulista já acumula um faturamento de R$ 1,013 trilhão, alta de 9% em comparação aos nove primeiros meses do ano passado. É uma boa notícia, já que o crescimento absoluto é de R$ 83,2 bilhões em relação a 2023, resultado de uma conjuntura marcada pelo mercado de trabalho aquecido, pelo aumento da renda e pelo crescimento do mercado de crédito, fatores determinantes para o consumo.
Os supermercados também puxaram esse desempenho, movimentando R$ 26,4 bilhões a mais (8%) do que em 2023, seguidos pelas concessionárias de veículos, com alta de 20%, e pelas farmácias e perfumarias (11%).
Natal em alta também na capital
Seguindo a esteira do Estado, o varejo da capital, São Paulo, também apresentará receitas maiores neste ano: as vendas de dezembro vão movimentar, pelo menos, R$ 43,2 bilhões na cidade, representando uma alta de 7,7% em relação ao ano passado.
Na principal metrópole do País, são os eletrodomésticos e eletrônicos que devem puxar a fila do crescimento — quase 27%, na comparação a 2023, impulsionados pela demanda sazonal, pelas inovações tecnológicas que despertam o interesse do consumidor e pela base mais fraca de comparação [tabela 2].
As lojas de móveis e decoração devem apresentar a maior variação porcentual, mas, novamente, é importante ressaltar que se trata do menor faturamento, sendo comum grandes variações. As receitas das lojas de vestuário, tecidos e calçados, que comercializam os itens preferidos na hora de presentear, devem crescer 7,8%.
Segundo a FecomercioSP, o comércio varejista paulista encerrará 2024 com números expressivos, mas o cenário econômico exige bastante atenção. A inflação permanece acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, pressionando o poder de compra das famílias e obrigando o órgão a intensificar o ritmo de elevação da taxa Selic — que, agora, está em 12,25%. Isso significa crédito mais caro para consumidores e empresas. Além disso, as incertezas quanto à política fiscal e ao corte de gastos do governo geram turbulências no mercado, dificultando o planejamento. Nesse contexto, é importante que os empresários tenham cautela e se preparem para um cenário desafiador em 2025.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.