Intercâmbio de genética bovina retoma crescimento

Intercâmbio de genética bovina


Recentemente, o Index ASBIA1 mostrou uma recuperação no mercado de exportação e importação de genética bovina. O indicador revelou um crescimento de 19% nos embarques de sêmen, saltando de 388.102 doses, nos seis primeiros meses de 2023, para 460.963, no mesmo período de 2024. A importação também cresceu 14% no primeiro semestre do calendário atual (de 2.348.569 para 2.666.463 doses).

Mas, não somente a compra de sêmen importado segue em alta. Um cenário que se consolida é a importação de touros vivos para coleta no Brasil, graças à evolução da infraestrutura fornecida pelas centrais de prestação de serviço, como é o caso da Seleon Biotecnologia, que atende tanto criadores quanto outras empresas de biotecnologia e grandes players do setor.

“Temos mais de 80 touros importados das raças Aberdeen Angus, Holandês e Jersey, vindos diretamente dos Estados Unidos. Até o momento, esses animais superaram a marca de 500 mil doses coletadas neste ano”, informa Francisco Biazon, supervisor comercial da Seleon Biotecnologia, que, apenas em setembro, comemorou a chegada de 21 reprodutores.

Estratégia de mercado
Trazer os animais para o Brasil tornou-se uma opção estratégica para as empresas enfrentarem a volatilidade da economia global. “A pandemia nos deixou com muita dificuldade de importar, sobretudo porque utilizávamos voos comerciais para otimizar custos, o que não foi mais possível naquele momento e impactou demais nas margens da empresa, além de, necessariamente, deixar o produto final mais caro. A importação de touros vivos nos permite garantir o fornecimento de genética de ponta com qualidade e constância”, explica Rafael Ribeiro, gerente de Mercado Leite da ST Genetics.

Segundo ele, todos os animais da ST Genetics em coleta no país estão na Seleon. “Não é simples a adaptação de touros importados, mas a sinergia entre as equipes envolvidas no processo nos trouxe excepcionais resultados, tendo registrado altas produções, com muita qualidade no produto final”, relata o gerente de Mercado Leite da ST Genetics, que, desde 2015, expande atuação no Brasil apostando na integração de produtos e serviços, além de priorizar núcleos genéticos de Angus e Holandês da América do Norte. Accelerated Genetics e Select Sires são outras duas centrais que importam reprodutores para envio ao Centro de Coleta e Processamento de Sêmen (CCPS).

Exportação de sêmen
Hoje, 20% de todo o sêmen exportado para países como Colômbia, Paraguai, Uruguai, Argentina, Costa Rica, Guatemala, Panamá e Equador, entre outros, passam pelo CCPS da Seleon Biotecnologia, localizado em Itatinga, no interior de São Paulo. Com capacidade atual de 500 touros, Gado Holandês, Gir, Girolando e Nelore são as raças mais procuradas.

“Até o final do ano esperamos atingir a marca de 200 mil doses produzidas na Seleon com destino à exportação. Tudo dependerá do câmbio, da negociação entre as centrais de inseminação e também da política internacional. Com a guerra na Ucrânia, a tendência é que os Estados Unidos diminuam ou até mesmo cessem o fornecimento de material genético à Rússia, abrindo mercado para o Brasil”, avalia o supervisor comercial da Seleon Biotecnologia.

Entre os principais diferenciais, o profissional destaca o sólido investimento em bem-estar animal da companhia e um protocolo sanitário em conformidade com os mais rigorosos do mundo, além do uso de tecnologias de análise avançadas e um time de profissionais respeitados em reprodução animal para filtrar as melhores partidas de sêmen. “A atenção despendida da entrada até o primeiro dia de coleta do animal e a entrega ao mercado de um produto com o maior potencial fertilizante é o nosso principal foco”, conclui Biazon.

¹ Indicador da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA) compilado em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (CEPEA/USP).

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