Rayssa Leal fala sobre a importância da moda em sua autoestima

Rayssa Leal


Rayssa Leal em seu Instagram, no qual é seguida por quase dez milhões de pessoas, divide o seu feed entre vídeos e fotos de suas conquistas no skate e registros dos looks. Aos 16 anos, ela coleciona não só medalhas – entre elas duas olímpicas – como roupas e acessórios de luxo das marcas que possui parceria, entre elas a Louis Vuitton.

Rayssa Leal

A menina de Imperatriz, Maranhão, que viralizou em 2015, com um vídeo onde mostrava sua habilidade no skate fantasiada de fada, cresceu e encontrou na moda não só uma paixão como uma forma de se sentir confiante.

“Toda pessoa já teve algum problema com autoestima e comigo não foi diferente. Via muitas meninas vestindo roupas mais formais. Eu me vestia como uma criança. Eu era uma criança. Mas eu pensava: ‘Se todas as minhas amigas se vestem assim e eu me visto deste jeito, algo está errado’. Isso, querendo ou não, abaixava um pouco a minha autoestima”, relembra ela em entrevista exclusiva logo após participar do Iguatemi Talks, em São Paulo, para falar sobre moda.

Rayssa Leal

“Quando comecei a me vestir com algo que eu realmente me sentia confortável e sem querer forçar um estilo que eu não tinha, o jogo virou. Me sinto confortável e muito bonita. Faço minha maquiagem e cabelo, coloco uma roupa que me faz bem… Tudo isso faz parte (da confiança) dentro e fora das pistas também”, explica.

Rayssa Leal

Você surgiu com uma identidade visual muito forte por conta do vídeo em que andava de skate vestida de fada. Você imaginava naquela época que criaria uma identidade visual e seria chamada de Fadinha do Skate?
Eu tinha sete anos, a gente estava indo para o desfile da escola de Sete de Setembro da escola. Foi tudo muito natural. Minha mãe filmou, ela postou e todo mundo começou a ver o vídeo. Óbvio que ficou algo muito marcante, principalmente lá em Imperatriz, onde uma galera me chamava de Fadinha do Skate. Hoje em dia não vejo mais problema nisso, mas quando eu estava passando da transição de criança para a adolescência, eu ficava, ‘Cara, para de me chamar de Fadinha do Skate. Não dá’. Mas hoje entendo que é uma parte da minha história. Fico feliz porque é um vídeo que me abriu portas que não imaginava e me ajudou a crescer mais na área.

Como foi encontrar o seu estilo neste seu processo de amadurecimento?
Hoje em dia a gente vê estilos diversos. A gente tem a possibilidade de escolher o que quer usar e se sente confortável. Comecei a moldar um pouco mais meu estilo comercial para poder ir para os desfiles, conhecer essa galera que se veste muito bem… Antes eu me vestia de um jeito meu bem skatista e criancinha. Com o passar dos anos, a gente foi abrindo as portas e tendo mais oportunidade que mudou o meu estilo. Mas não foi algo forçado, foi algo muito natural, que conectou ainda mais a minha mãe e eu. Ela meio que virou minha stylist. Eu me encontrei muito neste estilo.

E às vezes existe aquela ideia do que é confortável não pode ser fashion…
Era muito novinha e só pensava no skate e na pista. Vestia qualquer roupa que fosse confortável, mas a partir do momento que essa chavinha virou, comecei apensar mais, ‘nossa, e se eu usar esse tênis com essa calça que eu nunca usei, mas que eu usaria em um evento muito grande?’. Comecei a pensar mais com a minha mãe em algo confortável para eu andar de skate, mas que combine com os lançamentos de tênis da Nike.

Você disse que fez um acordo com a sua mãe que a cada vitória você compraria um item de uma grife de luxo… Qual foi o primeiro item de luxo que você se deu de presente?
Na verdade, a minha mãe me deu um cinto da Louis Vuitton, que uso até hoje e está um pouco ralada porque fui teimosa e andei de skate com ele. Depois ela comprou uma mala da grife para eu viajar. Neste ano em específico foi o que eu mais ganhei Street League. Ganhei todos os Street League seguidos. Ela ficou meio que: ‘Meu pai amado, o que vou fazer agora? Vou ter que dar cinco itens para ela da Louis Vuitton. Daí veio bolsa, mala, carteira e recebi a notícia que eu ia assinar com marca como Friend of The House.

Você disse que tinha como meta até os 30 anos ter essa parceria com a grife, mas isso aconteceu 14 anos antes dos seus planos. No futuro, talvez lá pra frente na sua aposentadoria, você pensa em trabalhar com moda?
Isso vai demorar bastante! Talvez uns 30 anos até que eu decida mesmo me aposentar! Mas acho que gostaria de trabalhar com esporte ainda. O esporte mudou a minha vida e tenho essa certeza que se a pessoa tiver oportunidade, o esporte muda a vida de qualquer pessoa. Nosso país tem muitos talentos escondidos, só basta procurar. Se eu conseguir ajudar crianças e adolescentes a correr atrás dos sonhos, vou estar com o coração feliz. Mas trabalhar com moda e talvez ser uma designer seria muito importante também para mim.

Fonte Revista Quem

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