Atletas nadam perto de saída de esgoto em prova no Rio Sena

A qualidade da água do Rio Sena é uma das grandes polêmicas das Olimpíadas de Paris. Na última quarta-feira, o comitê organizador decidiu confirmar a realização no local da maratona aquática feminina de 10 km nesta quinta, e foi justamente nesta prova que aconteceu o registro de uma imagem emblemática: atletas nadando perto de uma saída de esgoto.

Foto: Mehmet Murat Onel/Anadolu via Getty Images

A prova foi autorizada depois que os organizadores e o órgão regulador da natação, World Aquatics, afirmaram que os últimos testes de qualidade da água do Sena foram positivos, permitindo a manutenção da corrida conforme a programação original. Vale destacar que vários treinos foram cancelados devido ao nível de contaminação no rio.

Na mesma quarta-feira, o Comitê Olímpico de Portugal confirmou que dois atletas do país apresentaram sintomas de infecção gastrointestinal após participarem das provas de triatlo no rio. Além disso, a triatleta belga Claire Michel e o suíço Adrien Briffod também reclamaram de problemas de saúde depois de também terem nadado no Sena nas provas de triatlo. Por causa disso, o Comitê Olímpico Belga desistiu da participação da prova do triatlo misto.

O Brasil teve duas representantes na prova desta quinta-feira. Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut disputaram a maratona aquática feminina e terminaram em quarto e 11º lugar, respectivamente. Em entrevista, elas não notaram nenhuma anormalidade na água, mas adotaram cautela.

– Teve gente que veio aqui e não saiu se sentindo tão bem, teve gente que ficou meio mareado. Não senti cheiro, nem nada. Vamos ver nos próximos dias. Mas não acredito, a gente acredita na organização, não acho que eles iriam brincar com a saúde dos atletas. É deixar isso pra lá e só fazer – declarou Ana Marcela após a prova.

À nossa reportagem, Ana Marcela ainda revelou ter ingerido certa quantidade da água do rio que corta a capital da França e encarou a questão com bom humor.

– Eu não vi nada. Foram umas goladas pra dentro. Vamos rezar pelo próximo dia e tá tudo certo.

Ana era a principal esperança de medalha para o Brasil nesta reta final dos Jogos. Ela completou seu quinto ciclo olímpico, iniciado em nos Jogos de Pequim 2008 com apenas 16 anos e um quinto lugar. Em Londres 2012, ela não se classificou; em casa, na Rio 2016, foi décima colocada. Em Tóquio, levou o ouro.

Fonte ge

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