São Paulo é a capital do automobilismo esportivo

Não canso de me empolgar com o automobilismo esportivo brasileiro e acredito que, em breve, voltaremos a ter pilotos disputando o título nas principais categorias internacionais.

Automobilismo esportivo

O esporte motor nacional volta a receber a importante, veloz e bonita categoria de esporte protótipos, a FIA WEC, com a Rolex 6 Horas de São Paulo.

Depois de uma década, 37 supercarros, 19 Hypercars, 18 LMGT3 e quase 110 pilotos estiveram em Interlagos, na quinta etapa do Campeonato Mundial de Endurance, que trouxe de volta as Ferrari e os Porsche, assim como nas Mil Milhas Brasileiras dos anos de 1970. E não foram somente as Ferrari e Porsche, mas Toyota, Alpine, Cadillac, Peugeot, BMW, Lamborghini, McLaren, Aston Martin, Lexus e tantas outras marcas que despertam o interesse a fascinam os apaixonados por carros.

Agora temos Fórmula 1, Fórmula E e FIA WEC. Falta somente voltarmos a receber uma etapa da MotoGP, mas creio que com a Liberty no comando da categoria de duas rodas, o Brasil terá mais chances de estar no calendário.

A etapa do WEC, realizada neste final de semana, em Interlagos, reuniu os protótipos de competição, denominados HyperCars, e os carros esportes, identificados como LMGT3. Os HyperCars e os LMGT3 são tão importantes como a Fórmula 1 e o brasileiro Raul Boesel é o único a conquistar um título mundial.

O que me chamou a atenção, causou surpresa e, uma certa decepção, foi a participação de apenas dois pilotos brasileiros nessa importante corrida, Augusto Farfus e Nicolas Costa. Augusto Farfus pilotou o BMW M4 LMGT3, da equipe WRT, e está na luta direta pelo título mundiale ocupa o terceiro colocado do campeonato, a 26 pontos do trio líder da tabela. O carioca Nicolas Costa faz seu ano de estreia no FIA WEC, já liderou corridas como em Le Mans e terminou em quarto lugar, com uma McLaren 720S Evo LMGT3, da equipe United Autosports.

Digo isso porque, pela paixão que desperta nos brasileiros, poderíamos ter mais pilotos competindo, visto que em Le Mans, realizada há um mês, foram seis brasileiros disputando e, no passado, sempre tínhamos nossos pilotos disputando as provas de Fórmula 1, Fórmula 2 e outras categorias realizadas em Interlagos.

Outra surpresa que me entristeceu foi a Ferrari. Depois de tantos anos longe das pistas nacionais nessa categoria e da recente vitória em Le Mans, esperava ver os carros vermelhos (ou mesmo o amarelo de Robert Kubica) disputando a vitória, como na prova francesa.

Pelo menos para mim, é muito mais empolgante ver uma Ferrari brigando com um Porsche do que assistir os Toyotas dominarem amplamente a prova, sem serem incomodados. Imagino como ficaram os Ferraristas que estavam em Interlagos curtindo a prova com as suas Ferraris…

Somente as quinta e sexta posições, atrás de dois Toyota e dois Porsche.

Por outro lado, um fato que me emocionou foi a conquista da pole position ou da Hyperpole pelo trio feminino de Sarah Bovy, Rahel Frey, Michelle Gatting, pilotando um Lamborghini Huracan Evo rosa, da equipe Iron Dames.

Quanta saudade não senti dos tempos de Lella Lombardi, na Fórmula 1, e de Lula Gancia e Graziela Fernandes, na época das provas de endurance e de tantas outras brasileiras como Cristina Rosito e, mais recentemente, Bia Figueiredo, Bia Martins e Bruna Tomaselli.

Esse é outro desafio que a CBA vem vencendo com maestria com o Girls on Track Brasil, programa premiado e reconhecido internacionalmente, criado para atrair e despertar o interesse de mulheres para o automobilismo. Em breve teremos também brasileiras disputando os títulos mundiais.

O FIA WEC 2024 ainda terá 3 provas este ano,- Estados Unidos, no dia 1º de setembro, Japão, em 15 de setembro, e Bahrain, no dia 2 de novembro, e a disputa está aberta nas duas categorias Hypercar e LMGT3.

Acesse nossos podcasts clicando aqui.

Muito Além de Rodas e Motores

Deixe um comentário