Assim como fez na turnê Pitty e Nando, a roqueira Pitty lançou um novo projeto no palco do João Rock. Dessa vez, a parceria foi com Emicida, com quem divide o single “Hoje Cedo”, que abriu o show da dupla —o último do festival. Sem rodeios, os dois subiram ao palco juntos e soltaram a voz com uma banda formada por músicos de ambos.
Em seguida, foi a vez de Pitty chacoalhar a plateia com seus hits atemporais “Máscara” e “Admirável Chip Novo” com ajuda de Emicida. Enquanto a baiana aparesentava com a qualidade de sempre, o rapper paulista te tava se encaixar no tom e no ritmo. Até aquele momento não estava claro se ele usava auto-tune ou só um microfone defeituoso —ou os dois, mas as notas não casaram nesse momento.
As coisas melhoraram quando ele cantou uma nova versão de “Boa Esperança”, música que ele cantou sozinho. O dueto alcançou seu melhor momento com “Memórias” e “Teto de Vidro”, com direito a um tradicional bate cabeça.
A parte final do show foi a mais sincronizada. Em “AmarElo”, Pitty assumiu o sample de Belchior, já em “Equalize”, o rapper usou o tom bossa nova que adquiriu em seus últimos trabalhos e fez uma excelente segunda voz.
Os problemas, no entanto, voltaram na última música. Em “A Ordem Natural das Coisas”, uma das composições mais belas de Emicida, o microfone do rapper simplesmente parou sem que ninguém no palco percebesse. Com isso. A plateia ficou constrangedores minutos vendo o rapper cantar sem som, enquanto Pitty cantarolava um verso a cada longos períodos de silêncio. Eles repetiram a música após pedidos da plateia.
Mesmo com os problemas, a dupla mostrou possuir um projeto promissor, com Pitty se redescobrindo com um pouquinho de rap e Emicida mostrando que não tem “Roque” apenas no sobrenome. Talvez com mais alguns ensaios e o rapper fora da turnê AmarElo – A Gira Final, Travessia possa se tornar um novo disco dos dois.
Fonte Pedro Henrique Ribeiro/Omelete