Com o passar dos anos e com o desenvolvimento de novas tecnologias e comportamentos, é possível identificar quais fatores influenciarão a evolução das Olimpíadas futuramente. Flávio Ferrari, professor de cenários futuros e pesquisa de mídia da ESPM, chama a atenção para três desses fatores: Tecnologia, Cultura e Sociedade, e Governança e Inovação.
Segundo Ferrari, a Inteligência Artificial já está sendo usada para análises de desempenho de atletas e equipes, otimizando treinos e estratégias competitivas. “Bio e Nanotecnologia e desenvolvimento de nutrientes especiais são exemplos de tecnologias aplicadas à melhora de desempenho, ao biomonitoramento e à recuperação de lesões”, diz.
Além disso, o professor da ESPM afirma que as plataformas digitais estão revolucionando a forma pela qual os jogos são organizados e consumidos, aumentando a acessibilidade e a interatividade da audiência. “Tecnologias imersivas ganham espaço nas transmissões esportivas, com o potencial para gerar experiências mais envolventes para os espectadores (UX – user experience)”.
Na cultura e sociedade, Ferrari diz que as questões relacionadas à diversidade e inclusão têm promovido grandes discussões no mundo esportivo em geral. Além disso, a sustentabilidade ambiental é um tema que vem ganhando relevância em todos os setores e chega até a realização de grandes eventos, onde se discute questões como construções sustentáveis, uso de energias renováveis, gestão eficiente de recursos para toda a infraestrutura e o impacto ambiental geral.
Por fim, Flávio explica que o forte estímulo ao consumo de novidades incentiva a inclusão de novas modalidades de esportes, como é o caso do Breaking, dança urbana acrobática, rugby e surf, que estarão em Paris. “Como forma de capturar o público jovem, o comitê vem discutindo a inclusão de “esportes virtuais” (eSports), além dos “’urbanos”.
O especialista está disponível para comentar sobre o assunto.
Joana Tchian