Foto: Gustavo Mansu/Palácio Piratini
A Assessoria Econômica da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA) atualizou a análise sobre os impactos preliminares das recentes enchentes no comércio do Rio Grande do Sul. Outra novidade do levantamento diz respeito ao cômputo das perdas do setor em Porto Alegre. Os números foram obtidos a partir da combinação dos dados fornecidos pela Cielo, por meio do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), pelo IBGE e pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
A base de comparação é de 30 de abril a 12 de maio em relação ao período equivalente de 2023. Os prejuízos somaram R$ 510,9 milhões em nível estadual e de R$ 298,1 milhões para a Capital. Vale ressaltar que essas estimativas não incluem danos às estruturas físicas e aos estoques.
Estimativas dos prejuízos no Rio Grande do Sul
Depois da queda de 15,7% na semana entre 30 de abril e 05 de maio, o Rio Grande do Sul apresentou crescimento real de 2,0% das transações na semana de 06 a 12 de maio no confronto com janela semelhante de 2023, de acordo com o ICVA. Segundo o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, o crescimento foi impulsionado pelas categorias de maior essencialidade, como super e hipermercados (+28,2%), drogarias e farmácias (+14,1%) e postos de combustíveis (+3,8%). “A incerteza sobre o futuro e o armazenamento de itens essenciais, além das doações para os afetados pelas inundações, foram fatores importantes para esse aumento”, avaliou o economista.
No entanto, segmentos como óticas e joalherias (-66,2%), estética (-52,7%), turismo (-48,9%) e bares e restaurantes (-46,2%) sofreram quedas significativas, justamente onde as pessoas apresentam maior facilidade em conter gastos sem que isso cause malefícios do ponto de vista do bem-estar.
Conforme a metodologia adotada pela Assessoria Econômica da CDL POA, ao incorporar o recuo na primeira semana de maio (- R$ 585,4 milhões) com a leve alta na segunda (+ R$ 74,6 milhões), o prejuízo totaliza R$ 510,9 milhões até o dia 12 para o RS.
|
Impacto em Porto Alegre
Após o encolhimento de 17,4% entre 30 de abril e 05 de maio, Porto Alegre, diferentemente da média estadual, registrou uma acentuação do declínio (-31,1%) entre 06 e 12 de maio. O economista esclarece que a alta recorde do nível do Guaíba, responsável por alagamentos, evacuação de famílias e destruição de infraestrutura, explica essa discrepância.
|
Estimativas dos prejuízos em Porto Alegre
Ainda de acordo com a metodologia adotada pela Assessoria Econômica da CDL POA, que leva em consideração o peso de 16,5% da Capital no estoque de trabalhadores formais do varejo gaúcho, as reduções foram de R$ 106,9 milhões e R$ 191,2 milhões na primeira e segunda semanas de maio, respectivamente, de modo que o prejuízo até o dia 12 totalizou R$ 298,1 milhões.