A ex-campeã peso-galo (até 61,2kg) do UFC Ronda Rousey revelou que um histórico de concussões cerebrais havia sido a razão pela qual resolveu se aposentar do MMA. Em sua biografia “Nossa Luta” (“Our Fight”, na versão original, em inglês), a medalhista de bronze olímpica no judô disse sofrer com o problema desde a época dos tatames. Em entrevista ao jornal “The Guardian”, Ronda dividiu os temores de possíveis impactos das concussões no desenvovlimento de algumas doenças presentes em sua família.
– Eu me preocupei com isso porque já temos Alzheimer e demência em nossa família, e esses membros da família não levaram muitas pancadas na cabeça – disse Ronda Rousey.
Aos 37 anos, a norte-americana confessou ficar preocupada com a condição ao passar por situações incômodas durante a rotina.
– Em alguns momentos estou cantando uma canção de ninar para minha filha e erro uma palavra. Eu fico tipo: “Meu Deus, é isso (o início da demência)”. No caminho para casa esta manhã, depois de deixar minha filha no primeiro dia de pré-escola, estava passando por esquinas pelas quais já havia passado centenas de vezes e, por um momento, pensei: “Onde estou?”- continuou.
Em 2012, Rousey entrou para a história ao se tornar a primeira lutadora a assinar com o UFC. No ano seguinte, protagonizou a primeira luta feminina do Ultimate, no UFC 157, contra Liz Carmouche. No entanto, viu a necessidade de esconder as complicações do passado.
– Eu tive muito mais concussões do que qualquer outra pessoa em 10 anos de carreira no judô. Então, quando comecei a praticar MMA, não queria que ninguém soubesse. Eles já tinham motivos suficientes para tentar me impedir de entrar no MMA e depois no UFC. Eu não queria falar mais nada sobre concussão e tive sorte de ter as habilidades necessárias para vencer a maioria das lutas muito rápido – contou.
Apesar de ter tido uma carreira profissional de sucesso nas artes marciais mistas, com 12 vitórias consecutivas e apenas duas derrotas, Ronda revelou que um de seus medos era ser rotulada com uma pessoa frágil.
– As pessoas falam do seu “queixo” com muita reverência. É jogado como se fosse um traço de personalidade ou um sinal de sua força de vontade para absorver golpes. Essa é outra razão pela qual nunca quis falar sobre concussão. Parecia que era uma fraqueza pessoal e não uma degeneração neurológica que venho experimentando desde que era criança – completou.
Fonte Combate