É das Geraes que o trem vai partir para circular no trilho folião da avenida Marquês de Sapucaí. Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento é o título do enredo criado pelos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga. O título reproduz verso da letra da canção Nos bailes da vida (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981).
Quando a Portela entrar na avenida, em 3 ou 4 de março de 2025, Milton já terá 82 anos e a escola já terá a simpatia antecipada do público. A procissão do samba vai abençoar um artista que canta como um Deus, como já sentenciou Elis Regina (1945 – 2022).
Se o desfile da Portela soar como uma reza, um ritual, tendo a velha guarda como sentinela, tudo será natural, pois a obra de Milton Nascimento também carrega algo de sacro.
E, citando novamente versos do o samba Portela na avenida (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, 1981), apresentado e imortalizado na voz da ilustre portelense Clara Nunes (1942 – 1983), o (con)sagrado Milton Nascimento desfilará triunfal sobre o altar do Carnaval, vendo, apoteótico, a vida passar na avenida como um rio que liga Minas Gerais ao Rio de Janeiro, abrindo caminho para a tão ansiada 23ª vitória da escola azul-e-branca de Madureira no Carnaval carioca de 2025.