O hábito de tomar café é uma das práticas mais comuns e difundidas na maioria das culturas ao redor do mundo. Muitas pessoas começam o seu dia saboreando uma ou várias xícaras de café para despertar. Outros destacam o prazer que o aroma e sabor proporcionam, ou simplesmente o pretexto para se reunir com amigos e tomar um cafezinho.
Após inúmeros debates e discussões sobre as virtudes do café, a Universidade de Harvard divulgou um comunicado no qual elogia a bebida e a considera, juntamente com o chá, uma das mais saudáveis para beber depois da água. Segundo explicam, há evidências de que o consumo de café não aumenta o risco de doenças cardiovasculares ou crônicas, como se costumava acreditar, graças à presença de antioxidantes e flavonoides, compostos naturais necessários para combater os radicais livres, proteger a saúde do coração e fortalecer o sistema imunológico.
Segundo explica a nutricionista argentina Paula Amiano, a bebida contém cafeína, uma substância que pertence à família das xantinas e estimula o sistema nervoso central, que “em excesso poderia causar certa dependência ou vício” ressalta.
Várias pesquisas sugerem que beber café pode reduzir as chances de desenvolver diabetes. Essa relação se baseia na capacidade da bebida pura de preservar a função das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, necessária para regular o nível de açúcar no sangue. Inclusive, “uma revisão de 30 estudos descobriu que cada xícara de café por dia estava relacionada a um risco 6% menor de desenvolver diabetes tipo 2”.
Outro benefício comprovado do café é que ele promove a longevidade, revela o diretor do Instituto Breyna Conrado Estol.
— É fonte de polifenóis, substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias cuja função principal é proteger as células do corpo do estresse oxidativo, do desenvolvimento consequente de doenças e do risco de morte prematura — diz ele.
— Também foram encontrados benefícios cardiovasculares — afirma o especialista em medicina interna do Hospital de Clínicas José de San Martín Ramiro Heredia.
Um estudo citado pela Universidade de Harvard descobriu que beber cerca de quatro xícaras de café por dia reduz em 20% as chances de sofrer um derrame e três xícaras por dia reduzia em 21% o risco de morte por doenças cardiovasculares em relação aos que não consumiam.
Com ou sem leite
Diante da escolha entre café puro ou com leite, ambos têm seus prós e contras. Consumido puro, não adiciona calorias, e tem maior poder estimulante, já que a cafeína está mais concentrada.
O café tem uma “curva de efeito”: menos de duas xícaras não tem muito impacto e mais de cinco pode ser prejudicial. Mas é claro que depende do tamanho da xícara.
Amiano não recomenda o consumo de café puro por pessoas hipertensas, pois estimula o sistema nervoso e aumenta a frequência cardíaca. Outros grupos que devem restringir a ingestão de café puro são: mulheres grávidas ou amamentando, menores de idade, pessoas que sofrem de insônia e transtornos de ansiedade.
Nestes casos (exceto crianças), a nutricionista aconselha combiná-lo com leite porque “apazigua o efeito da cafeína”. Outro benefício é que ele fornece cálcio, mineral que fortalece o sistema ósseo e melhora o funcionamento dos músculos, nervos e circulação sanguínea.
Em 2023 foi divulgada uma pesquisa dinamarquesa na qual foi revelado que os polifenóis presentes no café, quando combinados com os aminoácidos proteicos presentes no leite, “formavam compostos de poderoso efeito anti-inflamatório”.
Fonte O Globo