Pedrinho fala sobre SAF: ‘Não tenho autorização para representar o Vasco’

A relação entre o clube associativo a SAF marcou a primeiro coletiva de imprensa de Pedrinho desde que tomou posse da presidência do Vasco, no fim de janeiro. Nesta quarta, em entrevista em São Januário, o dirigente disse estranhar o distanciamento com a SAF e afirmou que gostaria de ter mais participação nas decisões, mas afirmou, diversas vezes, que não pode falar sobre determinados assuntos, especialmente o futebol.

– Por que? Não sei também (risos). Também me causa estranheza. Quando eu era um comunicador, fui procurado pela SAF para exercer um cargo importante, remunerado, na parte esportiva. Quando me lancei candidato e eleito, além de sócio, o raciocínio óbvio é que a gente tivesse um relacionamento próximo em relação à parte esportiva. Eu não posso ter esquecido em três meses algum conteúdo direcionado ao futebol.

– Eu não posso, por mais que eu seja sócio minoritário, obrigar alguém a nada. Não estou incomodado que não estou participando do futebol, estou incomodado que poderia estar ajudando. Se eu tenho um sócio, que quis contratar lá atrás, e esportivamente não estou desempenhando, seria natural que eu tivesse uma conversa em relação a isso. Conversa não é mensagem faltando 15 minutos para comunicar. Faz parte de um planejamento. Isso não aconteceu. Respeito, mas não concordo. Não fiz parte de contratações, dispensas e tudo. Não estou fugindo de responsabilidades, se eu saí de onde saí, sabia das responsabilidades. Infelizmente, não participo dos processos. Mas gostaria de ser cobrado pelo o que eu participo.

Pedrinho comentou que não tem vaidade em ajudar o Vasco, mas cobrou que a SAF deveria ter mais velocidade no planejamento da parte esportiva, planejando um clube a curto a médio prazo.

– Estou sempre disposto a ajudar o Vasco. Não existe vaidade, nunca tive intenção de ter uma última palavra. Zero vaidade. Esportivamente, acho que poderia colaborar. É uma opção deles. O que as pessoas têm que entender é que o Vasco está acima de todos. Uma SAF, as pessoas esperam um projeto a curto-médio prazo. Quando você fala “médio a longo prazo”, eu acredito que eu conseguiria restruturar sem ser uma empresa. Uma empresa com aporte, esperamos umas situações mais aceleradas. Nem sei se poderia estar falando isso, mas “vambora”.

Confidencialidade

O presidente do Vasco disse que não pode comentar algumas decisões da SAF, expor cláusulas do contrato e falar sobre o dia a dia do clube porque há cláusulas de confidencialidade. No entanto, admitiu que há uma relação fria entre as partes.

– Não posso falar. Posso falar sobre a relação. Existe uma relação fria. Muito mais de registros, do que de interação. Mas Pedrinho, você não disse que seria proativo? Fui proativo. Dei minha opinião sobre o diretor executivo, dei minha opinião. Me pediram a liberação de um projeto que estava preso desde março, foi pedido numa quinta-feira de dezembro, e na sexta-feira, de manhã, já estava liberado R$ 4 milhões do projeto incentivado – três para a base e um para o feminino. Nunca vou colocar minha insatisfação na frente do Vasco.

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Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro


A relação entre o clube associativo a SAF marcou a primeiro coletiva de imprensa de Pedrinho desde que tomou posse da presidência do Vasco, no fim de janeiro. Nesta quarta, em entrevista em São Januário, o dirigente disse estranhar o distanciamento com a SAF e afirmou que gostaria de ter mais participação nas decisões, mas afirmou, diversas vezes, que não pode falar sobre determinados assuntos, especialmente o futebol.

Pedrinho analisa sua parceria com a saf do Vasco: “Relação fria”

– Por que? Não sei também (risos). Também me causa estranheza. Quando eu era um comunicador, fui procurado pela SAF para exercer um cargo importante, remunerado, na parte esportiva. Quando me lancei candidato e eleito, além de sócio, o raciocínio óbvio é que a gente tivesse um relacionamento próximo em relação à parte esportiva. Eu não posso ter esquecido em três meses algum conteúdo direcionado ao futebol.

– Eu não posso, por mais que eu seja sócio minoritário, obrigar alguém a nada. Não estou incomodado que não estou participando do futebol, estou incomodado que poderia estar ajudando. Se eu tenho um sócio, que quis contratar lá atrás, e esportivamente não estou desempenhando, seria natural que eu tivesse uma conversa em relação a isso. Conversa não é mensagem faltando 15 minutos para comunicar. Faz parte de um planejamento. Isso não aconteceu. Respeito, mas não concordo. Não fiz parte de contratações, dispensas e tudo. Não estou fugindo de responsabilidades, se eu saí de onde saí, sabia das responsabilidades. Infelizmente, não participo dos processos. Mas gostaria de ser cobrado pelo o que eu participo.

Pedrinho comentou que não tem vaidade em ajudar o Vasco, mas cobrou que a SAF deveria ter mais velocidade no planejamento da parte esportiva, planejando um clube a curto a médio prazo.

– Estou sempre disposto a ajudar o Vasco. Não existe vaidade, nunca tive intenção de ter uma última palavra. Zero vaidade. Esportivamente, acho que poderia colaborar. É uma opção deles. O que as pessoas têm que entender é que o Vasco está acima de todos. Uma SAF, as pessoas esperam um projeto a curto-médio prazo. Quando você fala “médio a longo prazo”, eu acredito que eu conseguiria restruturar sem ser uma empresa. Uma empresa com aporte, esperamos umas situações mais aceleradas. Nem sei se poderia estar falando isso, mas “vambora”.

Pedrinho nega deixar a 777, mas ressalta: “Tenho interesse de dar um novo rumo ao Vasco”

Confidencialidade

 

O presidente do Vasco disse que não pode comentar algumas decisões da SAF, expor cláusulas do contrato e falar sobre o dia a dia do clube porque há cláusulas de confidencialidade. No entanto, admitiu que há uma relação fria entre as partes.

– Não posso falar. Posso falar sobre a relação. Existe uma relação fria. Muito mais de registros, do que de interação. Mas Pedrinho, você não disse que seria proativo? Fui proativo. Dei minha opinião sobre o diretor executivo, dei minha opinião. Me pediram a liberação de um projeto que estava preso desde março, foi pedido numa quinta-feira de dezembro, e na sexta-feira, de manhã, já estava liberado R$ 4 milhões do projeto incentivado – três para a base e um para o feminino. Nunca vou colocar minha insatisfação na frente do Vasco.

– Com relação ao contrato, eu não concordo com o contrato esportivo, que possui cláusulas de confidencialidade – onde o torcedor é o maior patrimônio e não tem acesso. Isso é uma opinião minha. Tenho limitações contratuais. Torcedor, quando eu vou falar do que eu posso, do paralímpico, falam que não querem saber disso. Mas eu quero saber. Porque temos 80 funcionários, tenho o basquete de base. Tenho futebol de salão. O Vasco é o clube da inclusão. Como não se importam com o associativo. Quando me comunico sobre esses assuntos, não querem saber. Querem que eu fale de futebol. E do futebol, eu não posso falar. Espero que entendam isso. Querer é uma coisa, poder é outra.

Sobre contratações, o ex-comentarista do Grupo Globo e presidente do Vasco disse que também não pode opinar sobre os movimentos feitos pela SAF e brincou:

– Sobre contratações, eu não posso falar. Só se eu sair e virar comentarista de novo (risos). Mas respeito muito todos atletas que estão lá. Como tivemos uma relação mais fria com a SAF, procurei diretamente os sócios para ter um entendimento da sequência do Vasco esportivamente. Não sei (se isso causou um incômodo na SAF), você tem que perguntar para eles. Não era para causar. Não estou aqui para brigar. Meu compromisso é com o torcedor.

Pedrinho iniciou a coletiva com um pronunciamento sobre os motivos pelos quais não havia falado antes com a imprensa, mas disse que não queria tirar a atenção da imprensa e da torcida do Vasco de dentro de campo.

– Quando eu jogava, vocês não me davam tanta moral. Vocês vão receber através da plataforma, tudo discriminado os 60 dias de gestão. Parecem três anos. Sou cobrado para corrigir um problema de 40 anos de Vasco, mas só são 60 dias. Já sabia que iria enfrentar isso, não vou me lamentar. Nesses 40, 50 anos, o Vasco acumulou uma dívida de mais de 700 milhões. A minha gestão não fez um real dessa dívida – que fique isso claro. Dentro dessa, eu tinha uma dívida para receber num valor considerável, que eu abri mão de receber vendo o estado financeiro do clube associativo. Não posso falar mais. Não quero causar danos financeiros à pessoa física e à instituição.

– Com relação à comunicação, eu comuniquei muito através das redes sociais. Agora, sou presidente, então me comunico pelas redes sociais do clube. Ali tem algumas notas do que fazemos há um tempo. Resolvi comunicar ao término do Carioca. Devido ao Vasco não chegar às finais, antecipamos isso. De forma cautelosa, com os atletas e a comissão, que têm meu respeito, e com a SAF, e com o coração do clube que estava sem nada organizado, que precisávamos organizar isso, decidi falar ao término da competição com vocês. Não quis ter nenhuma interferência para que isso não atrapalhasse o Vasco esportivamente. Minha comunicação não pode ser diária porque não faço parte do futebol. A rotina do futebol tem um contato quase diário com vocês. Como eu não tenho acesso, para falar com vocês preciso fazer uma coletiva. Durante o campeonato, isso teria uma repercussão grande.

Há proibições? Angústia?

A relação com a SAF seguiu pautando a entrevista. Pedrinho negou que esteja proibido de ir ao CT ou ter contato com o futebol do Vasco, mas ressaltou que nunca foi convidado pela empresa e não se sente à vontade para se aproximar do futebol.

– Mais angustiado que eu, ninguém está. Não há proibições (de ir ao CT, por exemplo). A questão do clube associativo, é que nossa receita é muito limitada. Nosso potencial é só do sócio-estatutário. Com relação ao CT, nunca fui proibido, mas nunca fui convidado. Só vou onde sou convidado. Um convite nunca aconteceu. Normal, mas não concordo. Não é uma lamentação, mas não é saudável para o Vasco. Nem sei quando tem reunião esportiva, não posso colocar um investigador atrás para saber quando vai ter também. Nunca me foi negado nada porque eu não sei. As reuniões que eu sei, são as que eu sou comunicado, as que têm participação de sócio. Falam que tenho que ir falar com os jogadores, mas nunca fui apresentado a eles.

– Não entendo como uma relação anterior, antes de eu ser presidente, era mais próxima quanto à questão esportiva. Sugeri algumas situações, mas agora não existe nada.

– Eu não causo tumulto, nada. Essa conversa é de esclarecimento. As pessoas querem me ouvir. Tenho que ser cobrado pelo o que eu faço, não pelo o que eu não faço. O estádio, basquete, futebol de salão é o que eu faço parte. Minha função como presidente é uma, não colaborar e participar é outra. Para mim, seria mais cômodo eu deixar tudo rolar no futebol, mas eu quero responsabilidade. Eu busquei muito tempo essa relação. Como ela se distanciou, eu tive que ter um trato de sócio para sócio. A SAF está de lado nesse momento, e agora conversamos de sócio para sócio.

“A SAF não pode ter um lado”

O presidente do Vasco, acionista de 30% do futebol da SAF, disse que a “Vasco SAF” não pode ter um lado, na balança Vasco x 777 Partners. Ao ser perguntado se ele venderia o futebol do clube no passado, Pedrinho afirmou que havia duas saídas para a reestruturação da instituição.

– Por não estar na gestão passada, eu não posso falar que venderia ou não. Quando você vende, e não sou contra, você espera resultados financeiros e esportivos, transparência, tudo isso de uma forma mais acelerada. Quando falamos de trabalho de “médio a longo prazo”, com o potencial do Vasco, que se tem uma gestão séria, com aporte, negociação de dívidas, só numa negociação a dívida já cairia pela metade. O modelo é da negociação, entre gestão e empresa. A SAF está no meio disso para intermediar. A SAF não pode ter um lado, por mais que tenha um sócio-majoritário.

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