O que há em comum entre o teatro e as comissões de frente das escolas de samba? Para Raffael Araújo, 49 anos, jurado desse quesito nos desfiles do Grupo Especial, as duas artes estão totalmente ligadas entre si. Formado pela Escola Técnica de Teatro Martins Pena, da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), o ator e professor atua na comissão julgadora de Carnaval desde 2017.
“Nos últimos anos, a comissão de frente se tornou um espetáculo à parte. Envolve coreografia, luz, uso de tecnologias inovadoras, mudanças de figurino ao vivo, cenografia e interpretação. As atuais comissões de frente passaram a acumular o importante papel de introduzir o enredo a ser apresentado no desfile”, explica o jurado.
Foi em 2014 que Raffael se formou em teatro pela Faetec. Ele afirma que a formação técnica foi a base fundamental para sua carreira. Foi no ano seguinte à formatura, que ele foi chamado pelo autor e pesquisador de Carnaval Pérsio Gomyde para integrar a comissão julgadora no grupo de acesso. Anos depois veio o convite para o Grupo Especial.
“A formação que eu tive na Faetec foi um divisor de águas para mim. Esse olhar técnico na minha atuação como avaliador da comissão de frente faz toda a diferença. Isso me deixa seguro para julgar o que é apresentado na Avenida, sem me abalar quanto a possíveis críticas quando a nota dada não agrada”.
Jurado nota 10
Para exercer o papel de jurado, Raffael Araújo se prepara com antecedência: estuda com atenção as apresentações de enredo enviadas pelas escolas e pesquisa sobre os temas escolhidos por cada uma.
A mesma preparação vale para aguentar a maratona de desfiles. “Durante dois dias, ficamos totalmente isolados. Quando não estamos no Sambódromo, ficamos no hotel, sem contato com ninguém, inclusive nossos familiares, ou qualquer veículo de comunicação. É quando eu aproveito para dormir e descansar”, conta.
Joice Hurtado
Assessoria de Imprensa