Carnaval de rua de SP e RJ gira a economia, atrai turistas e aposta em descentralização

O pré-Carnaval de São Paulo e do Rio de Janeiro deram uma amostra no último fim de semana de que os blocos trarão muito mais alegrias aos foliões neste Carnaval. Porém, as duas cidades carregam muitos contrastes: os Megablocos concentrarão milhares de foliões, enquanto cordões tradicionais apresentarão uma diminuição de público. São esperados pelas Prefeituras das capitais paulista e fluminense para todos os dias do Carnaval (10,11,12 e 13) e o pós-Carnaval (17 e 18) mais de 20 milhões de foliões.

Segundo Marcelo Guedes, coordenador do curso de Administração da ESPM e especialista em Carnaval, a realização do Carnaval com os Blocos nas cidades promove a empregabilidade e o fluxo de turismo, pois isso é vital para alavancar a economia. “Para se ter uma ideia, as projeções mostram que, este ano, São Paulo tem uma expectativa de receita na ordem de R$ 16,3 bilhões com a festa, seguido pelo Rio de Janeiro, com R$ 5,3 bilhões, e Minas Gerais, com R$ 5,2 bilhões. Em seguida, e empatados, vêm Bahia e Rio Grande do Sul, com previsão de R$ 2,7 bilhões”.

Os blocos levam de 200 mil a 1 milhão de pessoas para as ruas e a folia traz benefícios para quem trabalha diretamente com os preparativos e com o evento. “A economia criativa no Carnaval impacta toda uma cadeia de negócios, que inclui desde hospedagem, bares, restaurantes, supermercados, produção de shows, indústria de vestuário, serviços de mobilidade, companhias aéreas, pequenos negócios, microempreendedores individuais e o comércio por ambulantes”, ressalta Paula Sauer, professora de Economia Comportamental na ESPM e especialista em educação financeira e psicologia econômica.

A Prefeitura do Rio de Janeiro sorteou cerca de 15 mil vagas destinadas a ambulantes cadastrados, e São Paulo ampliou de 15 mil para 20 mil o número de credenciais para ambulantes para trabalharem durante os desfiles dos blocos de rua do carnaval de 2024. Sauer destaca que “uma ativação crescente da economia, inclusive da economia criativa, que é tão transversal como outros setores, movimenta as cidades e fomenta toda a indústria e comércio”.

Guedes comenta que a gestão dos blocos de rua deve ser feita ao longo do ano. “O processo deve agregar a escolha de patrocinadores de forma antecipada, contemplar segurança, saúde, mobilização urbana e controle de tráfego, companhia de trânsito, além de incentivo e ampliação de blocos, organizando tudo de forma profissional. Assim tendo menor risco de acontecer situações como em São Paulo, com desistência de 129 blocos”. O especialista lembra ainda que criar roteiros de forma geográfica em termos de distribuição pela cidade e seus bairros, dessa forma se tornando algo mais democrático e que contemple um número maior da população”, conclui.

Os especialistas estão disponíveis para comentar o assunto.

Sobre a ESPM

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