Angelina Jolie abriu o coração em nova entrevista de capa para a The Wall Street Journal Magazine, na qual falou sobre a cura após o divórcio, a fama precoce e a conexão com sobreviventes e refugiados. A atriz, atualmente com 48 anos de idade, afirmou categoricamente que não seguiria na profissão do entretenimento se pudesse voltar atrás.
“Eu não seria atriz hoje. Talvez teatro, mas não Hollywood. Quando estava começando, não esperava que tudo seria tão público, que teria que compartilhar tanto”, disse, frisando ainda que o glamour não é algo que chama sua atenção. “Como cresci perto de Hollywood, nunca fiquei muito impressionada com isso. Nunca considerei isso significativo ou importante”.
Sobre a fama, ela disse que o sentimento foi esmagador. Na entrevista admitiu que ficou deprimida e pensou em suicídio. O auge de sua carreira chegou quando a mãe, Marcheline Bertrand (1950 – 2007) estava morrendo de câncer. “Eu queria fugir”, disse ela.
Jolie considera que o público acabou, de certa forma, criando o seu personagem e lhe dando uma carreira. “Eles também escolhem como querem ver você. Desde que eu era jovem, as pessoas passaram a gostar da minha parte que é bastante durona e selvagem. Essa é a parte que as pessoas gostam. Não querem ouvir sobre a minha dor ou tristeza. Sabe, isso não é divertido”, lamentou.
Vida após divórcio
Em 2016 Angelina Jolie ficou sob os holofotes ao anunciar a separação de Brad Pitt, com quem tem seis filhos. O divórcio foi conturbado e demorou sete anos para ser finalizado, e chegou oficialmente no fim em agosto de 2023. “Tínhamos que nos curar”, disse ela. “Há coisas das quais precisamos nos curar”.
Com seu desencanto por Hollywood, Jolie ainda afirmou que pretende eventualmente deixar Los Angeles, nos Estados Unidos, onde mora atualmente. “É parte do que aconteceu depois do meu divórcio. Perdi a capacidade de viver e viajar com tanta liberdade. Vou me mudar quando puder. Eu cresci em um lugar bastante raso. De todos os lugares do mundo, Hollywood não é um lugar saudável. Então você busca autenticidade”, explicou, dizendo que atualmente passa mais tempo em casa no Camboja do que nos Estados Unidos.
Conexão com sobreviventes e refugiados
Sobre sua conexão com sobreviventes e refugiados, ela explicou que se sente confortável com as pessoas, porque praticamente esquece sobre o seu mundo da fama.
“Há uma razão pela qual as pessoas que passaram por dificuldades também são muito mais honestas e muito mais conectadas, e fico mais relaxada com elas. Por que gosto de passar tempo com pessoas que sobreviveram e são refugiadas? Eles enfrentaram tantas coisas na vida que isso traz à tona não apenas força, mas humanidade”.
A atriz ainda comentou sobre os rumores de relacionamento que surgem eventualmente na imprensa internacional. “Eu realmente não tenho vida social”, disse, frisando que não está namorando no momento. “Percebi que meus amigos mais próximos são refugiados. Talvez quatro em cada seis mulheres de quem sou próxima sejam oriundas de guerras e conflitos”.
Com uma forte conexão com os refugiados, ela ainda garantiu que “não consigo parar”. “Eu sempre acho que há uma briga chegando”.