Artistas do Megadeth, Dead Fish e Ratos de Porão formam superbanda que conscientiza sobre “heavy metals” na vida marinha

Uma super banda de rock formada por alguns dos principais artistas do punk e metal do Brasil e exterior. Essa é a proposta da Heavy Metals Band, projeto musical inédito em defesa da vida marinha e conscientização sobre a contaminação de peixes por metais pesados.

Artistas seguem ética vegana

A banda foi criada em apoio a Sea Shepherd Brasil, entidade de proteção do oceano, e tem como integrantes artistas veganos ou vegetarianos que apoiam a causa. Entre eles, Rodrigo Lima, vocalista da banda Dead Fish, Dirk Verbeuren, baterista do Megadeth, Juninho Sangiorgio, baixista do Ratos de Porão, e Iara Bertolaccini, ex-guitarrista da Blastfemme.

O projeto contempla o lançamento do single “Ciclo Metal” em português e uma versão em inglês, ambos compostos em parceria com os artistas. Na canção, os músicos não só alertam sobre os riscos de contaminação de quem se alimenta de peixes e outros animais marinhos, como também trazem referências ao universo do rock. O “Metallicola”, por exemplo, é um crustáceo batizado em homenagem ao Metallica, e que vive cercado de nódulos de manganês.

“Como cresci no hardcore e punk, sempre acreditei na música como instrumento para passar uma mensagem. É o que criamos com a música “Ciclo Metal”. Qualquer pessoa com bom senso vai entender que poluir os mares com químicos, agrotóxicos, esgoto e metais pesados é prejudicial para todo mundo. Idem para a caça predatória. A mensagem é um alerta para todos”, destaca Juninho, que além de baixista da banda, co-produziu os arranjos da música.

Dirk, do Megadeth, concorda com o colega. “A música me permite compartilhar informações sobre temas que importam. Quem tem prestado atenção sabe que a sobrevivência de nosso mundo está em jogo. Sinto que é meu dever usar a música como plataforma para tentar fazer o bem por todos os habitantes do planeta Terra – não apenas humanos, mas também animais”.

Idealizado pela agência Wieden+Kennedy São Paulo e produção de áudio da Mugshot, o projeto conta, além da música, com um videoclipe criado pelo estúdio britânico Fromm, especializado em arte 3D e ilustrações, e está disponível nas principais plataformas de streaming.

Fora de ritmo

Estudo científico realizado no Brasil e publicado no jornal “Regional Studies in Marine Science”, da Elsevier, revelou que 100% das espécies de peixes pesquisadas tinham algum metal pesado em seu organismo. Para alertar sobre casos como esse, a Sea Shepherd Brasil seguiu mais uma de suas estratégias radicais de direcionar à causa do oceano, e encontrou na criação da banda Heavy Metals uma maneira não convencional para dialogar com o público.

Para Rodrigo Lima, tem sido uma experiência rica misturar estilos musicais em favor de uma mensagem tão poderosa. “Abracei o punk desde muito cedo. Ao contrário do Juninho, que sempre foi muito conectado com o metal, meu envolvimento com esse estilo se resume ao final dos anos 1980, com o Metallica até o Nuclear Assault. Desde os meus 16 anos, em meio ao cenário hardcore e dos zines, aprendi que a música é mais que entretenimento”.

Sobre a experiência de composição coletiva e referências para uma banda tão incomum, Iara, responsável pelas linhas de guitarra, relata as inspirações para a iniciativa. “Pensamos em algumas bandas, desde Ignite até Motörhead. O Juninho enviou pra toda banda uma base com a ideia estruturada que ele teve para a música. A partir daí encaixamos a letra. O Dirk usou de guia para gravar a bateria à distância, e em seguida gravamos aqui no Brasil. Na guitarra eu segui a mesma base, criei um solo e novos arranjos que foram surgindo com a gravação. No fim, com o vocal e a forma de tocar de cada um, tivemos várias características reunidas”.

Sobre a Sea Shepherd Brasil

A Sea Shepherd Brasil é uma organização de conservação marinha sem fins lucrativos fundada em 1999 pelo Capitão Paul Watson para atuar em defesa do oceano e combater atividades que destroem seus habitats. Com uma visão biocêntrica, a sua missão é proteger a vida debaixo d’água, seus únicos clientes, não cedendo ou se comprometendo com governos ou outras instituições. Por isso também que a instituição segue uma ética vegana, com alimentação e consumo à base de plantas em suas operações. A Sea Shepherd Brasil utiliza táticas inovadoras e ações diretas para defender, conservar e proteger a biodiversidade de nossos rios e mares e aplicar as leis de conservação, atuando com campanhas de conscientização, pesquisa, ações em campo e de influência de políticas públicas por todo o país.

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