No Dia Nacional de Combate à Tuberculose, 17 de novembro, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) destaca importantes informações sobre a doença.
Apesar de ser uma enfermidade antiga, a tuberculose continua sendo um problema relevante de saúde pública. No mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose e mais de um milhão vão a óbito.
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, são notificados anualmente aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. Trata-se da segunda causa de morte mais expressiva por doença infecciosa.
A tuberculose é uma doença, infecciosa e transmissível, afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos também. A forma pulmonar é a mais frequente e a mais comum para a saúde pública, especialmente quando se diagnostica positiva à baciloscopia, uma vez que é a principal responsável pela permanência da cadeia de transmissão da doença.
O exame microscópico direto (baciloscopia direta) do escarro é um dos principais dos métodos, tanto para o diagnóstico como para o controle de tratamento da tuberculose pulmonar no país.
A baciloscopia ou exame microscópico direto, consiste na observação e contagem de bacilos presentes na amostra. Quando realizado o exame no escarro, este permite saber se o indivíduo está no período de infecciosidade, ou seja, se está expelindo bacilos com potencial transmissão a outros indivíduos.
Transmissão
O Cirurgião-Dentista, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Câmara Técnica de Saúde Coletiva do CROSP, Dr. Paulo Frazão, explica que o ar é a principal via de transmissão da tuberculose. “Quando o paciente com tuberculose tosse, fala ou espirra, ele espalha no ar gotas muito pequenas com o agente infeccioso da doença, no caso o mycobacterium tuberculosis, também chamado de Bacilo de Koch. Os pacientes bacilíferos, ou seja, com sintomas no pulmão e que eliminam o ‘bacilo de Koch’ no ar, transmitem o microorganismo se não estiverem em tratamento”.
Dr. Paulo esclarece ainda que quem tem TB em outras partes do corpo não transmite a doença, porque não elimina os bacilos de Koch pela tosse. “Os pacientes com TB que já estão em tratamento não oferecem perigo de contágio, pois a partir do início do tratamento o risco de contágio vai diminuindo, um dia depois do outro. Com 15 dias tomando corretamente os medicamentos é muito provável que o paciente não esteja mais eliminando o agente infeccioso”.
Sintomas
- Tosse por 3 semanas ou mais;
- Febre vespertina;
- Sudorese noturna;
- Emagrecimento.
O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse. Essa tosse pode ser seca ou produtiva (com catarro).
Em casos de suspeita de contaminação, Dr. Paulo Frazão orienta que se recorra à orientação na unidade básica de saúde. “Caso apresente sintomas de tuberculose, é imprescindível procurar a unidade de saúde próxima da residência para avaliação e realização de exames. Se o resultado for positivo, o tratamento deve ser realizado o mais rápido possível e deve ser seguido até o final”.
Quanto às medidas de prevenção para evitar a contaminação, o Cirurgião-Dentista orienta o uso de máscaras. “A solução para não pegar bacilos, ou seja, para não se infectar, é usar máscaras”.
Manter a carteira de vacinação em dia também é importante. Entre as vacinas obrigatórias para prevenção de contaminações nas clínicas odontológicas (hepatite B, febre amarela, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), dupla adulto (difteria e tétano), influenza, pneumonia e Covid-19) está a BCG (tuberculose).
Vale lembrar que o CROSP disponibiliza também em seu site um manual com orientações sobre Biossegurança.
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