Carrascoza apresenta “Fronteiras visíveis” na Flip 2023

João Carrascoza e a Maralto Edições realizam o encontro “Fronteiras visíveis em 30 anos de literatura” durante a FLIP 2023. O evento, que acontecerá no dia 24/11 na Livraria das Marés, abordará a trajetória de Carrascoza na Literatura Brasileira e também seu último lançamento, Fronteiras visíveis. O livro, que tem parceria com a artista visual Juliana Monteiro, entrelaça literatura e fotografia, conecta o leitor com a efemeridade da existência e as fronteiras que separam a vida e a morte.

Maralto Edições – Fronteiras Visíveis

Com uma estrutura instigante, o lançamento da Maralto Edições apresenta sete pares de contos inéditos prenunciados por um par de cenas fotográficas e costurados pelo movimento de uma onda. Forças ambivalentes, como o sim e o não, a luz e a sombra, o contentamento e o desencanto, são exploradas tanto nas imagens quanto nos contos. Uma das cenas retrata uma senhora, de costas, retornando ao mar, simbolizando o fim de uma vida, de um ciclo e de uma geração. A outra cena representa o nascimento da vida, a renovação, com uma criança saindo do mar e caminhando em direção ao leitor.

“As duas personagens visuais se movimentam nas páginas”, explica a artista Juliana Monteiro. “A criança com mais agilidade, e a idosa vagarosamente. O leitor pode ler a narrativa visual com o movimento das páginas como flipbook ou manusear página a página e estar de frente, pouco a pouco, com esse ciclo entre o inaugurar e o se despedir. Num ritmo que é próximo ao da vida. Dia a dia, página a página, como quem quer represar o tempo com as mãos.”

O projeto nasceu de um novo encontro entre o escritor e a artista visual, fundindo ficção literária e imagem fotográfica. Desta vez, enquanto Carrascoza elaborava os contos para formar um par temático, Juliana foi construindo as duas situações por meio das fotos a fim de que resultassem em cenas com movimento, conforme o leitor as manuseasse.

“Fronteiras visíveis tem uma aproximação, na forma, com o Catálogo de perdas, que eu e Juliana publicamos anos atrás, unindo minha ficção às fotos que ela produziu para as histórias de perdas”, comenta o escritor.

No conteúdo, os contos carregam o olhar detalhado de Carrascoza para as relações afetivas e as forças ambivalentes que as regem, exploradas em outras de suas obras, com a diferença de que aqui as histórias vão aparecendo em dupla, possibilitando ao leitor uma leitura que contemple de duas maneiras distintas a mesma temática.

Fronteiras visíveis abre com “Dança”, um conto narrado em primeira pessoa por um pai que vislumbra os primeiros passos da filha de apenas um ano e meio. Na narrativa a criança explora um mundo de maravilhas, brincando e dançando com seus brinquedos, irradiando alegria e curiosidade, sem se conectar com a perda da mãe. A história sugere que, embora a infância seja repleta de descobertas e êxtase, um dia a criança entenderá o significado da “dor”, marcando a transição da inocência para a compreensão da complexidade da vida.

(…) mas tu nos surpreendes, com a tua dança tu estás nos dizendo, Estou feliz, e estás feliz porque esquecestes por um momento a ausência de tua mãe, imaginando talvez que seja uma ausência interina, quando, em verdade, é definitiva.

A obra desafia as divisas convencionais da literatura e da fotografia, proporcionando uma experiência de leitura que é, em si, uma jornada. Com suas imagens e narrativas, Fronteiras visíveis explora a complexidade do mundo contemporâneo e suas forças contrárias, além de ser também um convite para refletir sobre as fronteiras que moldam nossa existência. A obra fará parte do Programa de Formação Leitora Maralto, uma iniciativa direcionada para escolas de todo o país.

Sobre o autor

João Anzanello Carrascoza é redator publicitário e professor na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). É considerado uma das grandes revelações da ficção brasileira e um dos maiores contistas contemporâneos. Recebeu três vezes o prêmio Jabuti, quatro vezes o prêmio da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), três vezes o prêmio da Fundação Biblioteca Nacional, o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), o Prêmio Candango de Literatura e o Cátedra Unesco, além dos internacionais Radio France (Paris) e White Ravens (International Youth Library, Munique, Alemanha).

Sobre a fotógrafa

Juliana Monteiro é artista visual. Participou de diversas exposições coletivas em galerias e em museus, além de residências artísticas nacionais e internacionais. Recebeu o prêmio Mobile Photo Festival (MIS-SP) pela série Onde eu possa morar (2018). Publicou os livros de artista Pandora (2020), Aprendiz (2021), Queira receber como recordação (2022), entre outros. É coautora, com o escritor João Anzanello Carrascoza, do Catálogo de perdas (2017), obra finalista do Prêmio Jabuti e vencedora do FNLIJ.

Fronteiras visíveis

Autores: João Anzanello Carrascoza e Juliana Monteiro
Editora: Maralto Edições
Páginas: 183
Preço: RR 49,90
Vendas: Amazon

CARRASCOZA NA FLIP:

Onde: Livraria das Marés – 12h30 às 13h30
Convidados:
João Anzanello Carrascoza (autor de Fronteiras visíveis – Maralto Edições)
Cristiane Mateus (publisher da Maralto Edições)

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