Muitos brasileiros estão sendo repatriados de Israel após o início do conflito entre Israel e Hamas. Mas ao chegarem no Brasil, essas pessoas vão precisar de ajuda psicológica para lidar com os eventos pós-traumáticos. O desafio depois será tentar desvincular todo o sofrimento e aflições passadas durante este período. Além disso, existe a Guerra da Ucrânia e Rússia que já está perto de completar 2 anos.
O trauma depende de como o indivíduo vivencia o evento, depende da sua percepção, como também fatores genéticos. Por exemplo, alguns indivíduos passam por essas situações e não traumatizam. Já outros apresentam sinais e sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) algum tempo depois.
Em algumas situações, o indivíduo pode apresentar sinais e sintomas imediatamente após se desvencilhar, como os brasileiros que estão retornando ao Brasil. Ao se sentirem seguros, há um relaxamento e os sinais podem começar a aparecer, como tonturas, desmaios, vômitos e palidez.
Outro sinal é o isolamento. Esse indivíduo vai experimentar momentos mais em silêncio, mesmo estando num ambiente social. Ele vai preferir estar sozinho, em silêncio, introspectivo, por vezes agitação no sono ou insônia, pesadelos, respostas disfuncionais ou nada típicas nas situações do dia a dia. Caso não seja tratada, pode chegar a um quadro de depressão ou ideação suicida.
Alguns sintomas podem aparecer semanas depois do fato ocorrido. A pessoa pode apresentar um choro aparentemente sem motivo, uma dor intensa no corpo. Alguns podem apresentar uma resposta autoimune, uma fibromialgia, uma baixa imunidade.
Percebendo isso, deve-se procurar ajuda psicológica. A rede de apoio vai ser importante nesse momento. Além disso, aconselho estar perto dos amigos, recorrer ao lado espiritual, a religião.
Para quem passou por um momento traumático, vivenciou um momento de extrema tensão e achou que a vida estava em perigo, a primeira dica que dou é: acalme-se. Em seguida, pense no que aconteceu, busque um lugar onde possa falar.
No estresse pós-traumático, o transtorno é tratável. O indivíduo pode-se libertar, deixar de estar em estado de alerta e trazer sinais e sintomas normais para o seu corpo. No entanto, o primeiro passo é buscar um espaço onde possa falar. Acredite, o tratamento será de grande ajuda.
(*) Alessandra Augusto é formada em Psicologia, Palestrante, Pós-Graduada em Terapia Sistêmica e Pós-Graduanda em Terapia Cognitiva Comportamental e em Neuropsicopedagogia. É a autora do capítulo “Como um familiar ou amigo pode ajudar?” do livro “É possível sonhar. O Câncer não é maior que você”.
Agência Drumond – Assessoria de Comunicação
Joyce Nogueira