Matheus Nachtergaele terminou de gravar a tão esperada sequência de O Auto da Compadecida há pouco mais de uma semana e ainda está com as sensações frescas do reencontro com o papel de João Grilo, personagem que marcou sua carreira para sempre.
Programado para 2024, o filme terá mais detalhes divulgados na CCXP em dezembro pelo próprio Matheus na companhia de Selton Mello, intérprete do eterno Chicó. Por enquanto, o ator de 55 anos conta a nossa redação, sobre a experiência de mergulhar de volta na narrativa da clássica adaptação da peça de Ariano Suassuna.
“Eu ainda estou sob impacto dessa vivência, porque, pra mim, foi muito forte, pro Selton foi muito forte, pro Miguel Arraes [diretor], pra Flavia [Lacerda], diretora, foi muito forte. A gente está reencontrando uma obra de arte que a gente amou e fez muito sucesso e que faz muito sucesso há 25 anos e foi bem emocionante mesmo”, declarou em entrevista exclusiva.
“Foi um trabalho imenso. Eu acho que poucas vezes na vida, eu filmei tantas horas por dia, foram oito semanas intensas. Agora o filme vai ser montado, finalizado, sonorizado e vai ter uma estratégia de lançamento, a expectativa é muito grande e no final do ano que vem a gente estreia”, completou.
O protagonista diz ter sentido a passagem de tempo para adaptar o corpo a um papel vivido há mais de duas décadas. “É muito estranho porque o João Grilo foi construído no Matheus de 30 anos de idade, muito jovem. Eu e Selton éramos meninos, tínhamos ali por 27 anos, chegando os dois nos 30 e agora são dois homens adultos. Os personagens precisam encontrar nesses novos corpos o seu habitat e os corpos, por outro lado, tem que se preparar para aquilo que os personagens são”, refletiu.
“Eu posso falar do meu caso. O João Grilo é muito inteligente, muito esperto e muito ágil. No começo das filmagens do Auto 2, eu senti na carne como era cansativo, porque o Grilo é muito rápido, muito esperto e fala rápido, nunca está parado, está sempre se mexendo. O personagem do Chicó é mais parado, é um pouco mais sossegado, sensual, bobão, covarde. O Grilo é corajoso, mentiroso, trapaceiro, moleque. Então, tem uma adaptação do personagem a você e você a ele”, acrescentou.
Ele também relata o momento em que entendeu que estava na pele de João Grilo novamente. “Depois de uma duas semanas de filmagem, casou. Aí a gente estava morando no mesmo corpo: eu e o Grilo. Aí eu falei: ‘Caraca! Que saudade que eu estava de você, João”, contou.
Para Matheus, os personagens principais do longa conquistaram o público de forma tão significativa que nunca faltará compaixão por eles. “Sempre falo pro Selton que eu e ele não temos que nos preocupar com miséria, abandono, nada. Se um dia a gente virar mendigo da rua, perdido, esquizofrênico, passando frio, debaixo de uma chuva no Brasil, alguém vai pegar a gente, levar para casa, vai dar banho, vai alimentar, vai cuidar e dizer: ‘Meu João Grilo e meu Chicó não vão passar fome”, brincou.
Ele ainda deixa algumas informações do que pode adiantar do novo filme. “O que eu posso falar para vocês é que está muito bonito. O elenco é quase todo outro. Da série e do filme original voltam poucos porque todo mundo morre. Volta João Grilo e Chicó, a Rosinha aparece e o Joaquim Brejeiro, que é aquele cangaceiro, o ajudante do Marcos Nanini que assassina o João Grilo, ele volta também. Os atores são Virgínia Cavendish e o Enrique Diaz. Eu não posso contar muitas coisas, o que eu posso dizer é que foi tão emocionante que muitas vezes a gente chorou”, concluiu.
Fonte Revista Quem