Após quase dez anos no ar, o ‘Conversa com Bial’ pode estar chegando ao fim na Globo. A emissora e o apresentador Pedro Bial discutem uma reformulação que prevê o encerramento do talk show diário e o lançamento de um novo programa semanal, voltado à reflexão e à análise — marcas históricas da trajetória do jornalista.

De acordo com informações da colunista Carla Bittencourt, do Portal Leo Dias, a decisão vem sendo debatida internamente e tem três pilares principais: queda de audiência, baixo retorno comercial e dificuldade de atrair convidados de peso em ritmo diário. Mesmo reconhecendo o valor cultural do formato, a Globo avalia que a atração perdeu fôlego no atual modelo de exibição.
O episódio exibido na madrugada desta terça-feira (28), com as atrizes Giovanna Lancellotti e Haonê Thinar, de Dona de Mim, marcou 5,9 pontos na Grande São Paulo, segundo dados da Kantar Ibope Media. O índice superou SBT e Band, mas ainda é considerado insuficiente para manter o custo de produção e o espaço na grade.
Desde 2024, o programa passou a ir ao ar primeiro no canal GNT, às 23h30, com reprise na TV aberta nas madrugadas seguintes — uma tentativa de ampliar o alcance e gerar repercussão nas redes sociais. A estratégia, porém, teve efeito limitado: poucos episódios conseguiram se destacar fora da bolha televisiva.
Nos bastidores, a Globo e o apresentador estudam um novo formato semanal, mais próximo do espírito de Na Moral (2012–2014), projeto que Bial considera um de seus trabalhos mais relevantes. A proposta é priorizar curadoria de pautas, debates aprofundados e tempo ampliado de preparação, algo inviável em um talk show diário.
Paralelamente, Bial segue atuando na área de documentários, um dos braços estratégicos da Globo. Ele foi um dos criadores de Vale o Escrito, sobre o jogo do bicho, e dirigiu Xuxa, o Documentário, que registrou o histórico reencontro entre a apresentadora e Marlene Mattos.
Nos corredores da emissora, a avaliação é de que o jornalista está subaproveitado no formato atual e poderia render mais em um projeto autoral, com maior liberdade criativa. A transição, segundo fontes, deve ser gradual, preservando a parceria de longa data entre Bial e a Globo.
