| Empatia, conexão e autenticidade foram palavras de ordem em algumas das palestras mais concorridas da tarde do primeiro dia do Rio Innovation Week. Uma delas foi a de Daniel Goleman. Psicólogo e escritor, Goleman é reconhecido internacionalmente e autor do best-seller “Inteligência Emocional”, obra que redefiniu o conceito de inteligência. Considerado pelo Financial Times e Wall Street Journal como um dos pensadores mais influentes nos negócios, Goleman sustenta que o desenvolvimento da inteligência emocional amplia a empatia, possibilitando a transformação de pessoas, organizações e sociedades de dentro para fora.
Diante de uma plateia atenta, o “pai da Inteligência Emocional” explicou o funcionamento do cérebro sob o efeito das emoções e a relevância do equilíbrio emocional a partir do estado de presença e do foco no momento presente. Goleman destacou que essas habilidades fazem com que a inteligência emocional se sobreponha à artificial. Provocado por perguntas do físico Marcelo Gleiser, o psicólogo abordou diferentes assuntos ligados à inteligência emocional e ao domínio das emoções.
“A inteligência emocional é uma habilidade definidora para o desempenho profissional e pessoal das pessoas. A IA é muito mais inteligente do que nós em muitas coisas, mas não domina o campo das emoções. Essas habilidades são unicamente nossas. Dependemos dessa ferramenta para gerenciar os relacionamentos. Como exemplo, a intuição é resultado da nossa experiência de vida, e isso nunca poderá ser superado pela IA”, explicou.
E prosseguiu na defesa pelo indivíduo. “A IA não tem o repertório que nos permite compartilhar o mundo com as pessoas. À medida que a IA entra na nossa rotina de trabalho, a inteligência emocional passa a ser ainda mais relevante. O aprendizado social é uma habilidade que tornará as pessoas mais eficazes em todas as suas funções”, afirmou.
Goleman arrancou risos da plateia ao fazer um comentário: “Converso com diferentes pessoas que têm condições econômicas e sociais diversas. E o que me atrai é a riqueza delas, a maneira como elas se relacionam. E essas questões não são definidas pela condição social, mas pelas habilidades emocionais. Eu prefiro conviver com o Dalai Lama do que com o Elon Musk”, declarou.
Brasil: 3º país em usuários do Chat GPT
A Inteligência Artificial também foi tema da mesa “Regulação Inteligente: IA, democracia e responsabilidade”, que debateu a necessidade de regulação das novas tecnologias. Participaram do debate o Head of Latam & Caribbean Policy da OpenAI, Nicolas Robinson Andrade, a Diretora Executiva Mover, Natalia Paiva, e a sócia do Urbano Vitalino Advogados da área de Tecnologia e Inovação, Lorena Botelho.
Nicolas explicou que o Brasil é o terceiro país com mais usuários de Chat GPT no mundo. “Nossa missão é que todas as pessoas possam se beneficiar com o uso de inteligências artificiais. Um exemplo disso é o estado do Tocantins, que tem usado o Chat GPT para resolver problemas complexos da administração pública”, comentou. “Temos que promover as novas tecnologias ao mesmo tempo em que precisamos regulá-las”, reforçou Nicolas.
“Estamos lidando com tecnologias que evoluem diariamente. Então, como podemos criar regras para algo que está constantemente mudando?”, questionou Natalia. |