Segundo dados do Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1), que abrange o estado do Rio de Janeiro, registrou 187.970 novas ações trabalhistas entre janeiro e maio deste ano. No mesmo período, foram realizadas 15.453 audiências conciliatórias, o que representa um índice de conciliação de 18,9% nos últimos 12 meses, desempenho inferior à média nacional de 21,27%. Lucas Pena, CEO da Pact Insights, legaltech especializada em passivos trabalhistas, o número evidencia o desafio em consolidar uma cultura de acordos, mesmo diante do potencial de economia para empresas e da celeridade para o Judiciário.
“Falta estratégia e visão financeira no trato com ações trabalhistas. Há uma clara predisposição das partes em buscar acordos. O que ainda falta são parâmetros objetivos que façam as expectativas convergirem de forma viável para ambos os lados. Também é preciso reconhecer o esforço da Justiça do Trabalho e dos CEJUSCs em montar essas mesas de negociação e catalisar soluções definitivas para empregadores e ex-empregados. A cultura de conciliação precisa deixar de ser exceção para se tornar regra, e isso começa por dados, tecnologia e vontade de mudar”, afirma o executivo.
Na comparação entre a região Sudeste, São Paulo (TRT15 e TRT2) ficou com 21,34%, Minas Gerais (TRT3) e Espírito Santo (TRT17) ficaram com 20,7% e 15,89%, respectivamente.
Entre os dias 26 a 30 de maio de 2025 aconteceu a Semana Nacional da Conciliação Trabalhista, uma mobilização coordenada pela Justiça do Trabalho para ampliar a realização de acordos judiciais e extrajudiciais. No Rio, foram realizadas 9.914 audiências com o envolvimento de 840 magistrados e atendimento a 43.885 pessoas. Ao todo, 3.326 processos foram conciliados, o que representa um índice de 33,5% de sucesso. O volume financeiro foi significativo: R$ 232.916.764,78 em valores negociados, com arrecadação total (INSS + IR) superior a R$ 256 milhões.
“Os dados reforçam a tese de que acordos bem conduzidos são instrumentos estratégicos, não apenas para a redução de custos, mas também para reforçar práticas de governança e ESG. Temos uma justiça mais digital, mais segura e um cenário empresarial cada vez mais sensível a boas práticas. O que estamos propondo é simples: que as empresas troquem litígio por governança, custo por oportunidade, incerteza por economia”, conclui o CEO da Pact.
Dados nacionais
Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do total de 1.789.395 entradas de processos trabalhistas entre janeiro e maio de 2025 no Brasil, apenas 255.396 audiências conciliatórias foram realizadas. Esse número representa um índice conciliatório de 21,27%.
