Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
A estreia do Flamengo no Mundial de Clubes revelou dados interessantes sobre a participação de Pedro, que ganhou voto de confiança de Filipe Luís e tem tido mais minutos em campo para “afinar” a parte técnica e física. Embora seja o atacante que atingiu a menor velocidade máxima, 28,1 km/h e percorreu a menor distância em campo (pouco mais de 7 Km) contra o Espérance, o camisa nove foi o jogador que mais finalizou a gol, três vezes.
Com um gol nas últimas dez partidas, Pedro tem evoluído e entregado o que o técnico Filipe Luís pede em campo, apesar do leve jejum. Mas suas atuações ainda não dão certeza de que está no ponto ideal para encarar o Chelsea, amanhã, pelo torneio da Fifa. No último jogo, apesar da falha na frente do gol, entregou intensidade suficiente para se equiparar aos demais atacantes nas ações de pressão sobre a defesa adversária. Foram oito, duas a menos que Luiz Araújo e Arrascaeta.
— Um jogador que, mais cedo ou mais tarde, vai começar a ter sua plena forma e vai nos ajudar muito. Sempre que joga vem fazendo todos os movimentos, e a função que ele está desempenhando é o que a equipe precisa. Conforme for passando mais tempo, ele vai pegar mais ritmo de treino e jogo, porque nunca é fácil voltar de uma lesão em que você fica sete meses parado. É natural e só depende dele ter esses minutos tanto em treinamentos quanto em jogos para voltar a ser o Pedro que conhecemos — afirmou Filipe Luis.
Pedro tem 15 jogos no ano com média de 44 minutos por partida. Só jogou 90 minutos uma vez, diante do Botafogo-PB na Copa do Brasil. No dia a dia, o Flamengo tem feito trabalhos complementares normais, como faz com todo o elenco, para que Pedro se mantenha 100% e afaste a possibilidade de novas lesões. Desde que voltou da grave contusão no joelho, o atacante ainda não conseguiu aliar a intensidade exigida no atual modelo de jogo do time a sua alta capacidade de conclusão. O sarrafo mais alto no Mundial de Clubes com padrão europeu de jogo impõe ainda uma maior dificuldade.
Convocado para a Copa do Mundo por Tite em 2022, Pedro teve poucos minutos com a seleção brasileira nesse tipo de duelo. Mas subiu de produção com o treinador no Flamengo, entre 2023 e 2024. Fez mais de trinta gols nas duas temporadas. Nesta, tem apenas cinco. Com o calendário apertado, Filipe Luis reveza as peças e também alterna a utilização de Pedro com a de Plata e Bruno Henrique. Quando o camisa nove voltou, disse que o Flamengo iria se adaptar a ele. Depois, cobrou que o centroavante entregasse o que o modelo de jogo exige. A questão é que Pedro sempre entregou gols. E eles fazem falta.
Apesar de ter finalizado três vezes a gol na estreia do Flamengo, na relação entre movimento dos jogadores para criar opções de passe e facilitar a progressão da equipe com a bola, Pedro teve o menor índice. Foram quatro ações para receber a bola. Mesmo entrando no fim em seu lugar, Plata teve cinco. Embora sejam características totalmente diferentes, atende a um jogo mais vertical quando a equipe precisa. O mesmo tipo de jogo que o Flamengo joga quando Bruno Henrique é improvisado.
— O grupo entende bem o que o Filipe pede. Algum jogo eu vou estar titular e o Pedro não, nesse jogo o Pedro foi titular e eu não. E a gente consegue assimilar bem isso, junto com o treinador. O time não tem 11 titulares, a gente tem que estar focado no grupo, em fazer o melhor sempre que o Filipe pede, estando titular ou não, e eu estou aqui para poder ajudar — afirmou Bruno Henrique.
